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Friday, 4 January 2013

escavação

4 jan 2013



Terminei o ano de 2012 e comecei o ano de 2013 entregue ao trabalho de escrita da minha tese de doutorado. Porém, meu ritmo é lento, ou não é como eu gostaria que ele fosse.

Como já falei no post anterior sobre o assunto, o escritório enorme aqui, para 17 estudantes pesquisadores, tem sido ocupado basicamente por mim e meu amigo Tee [nome original Khomkrit Tachom. Tee é para o consumo diário], da Tailândia. Tee está concluindo seu trabalho de tese, concluindo mesmo. Deve imprimir a versão final hoje, mandar encardernar e seguir com os procedimentos junto ao escritorio de pós da universidade, logo aqui no andar de baixo, de onde uma cópia vai ser enviada ao examinador externo, que no caso dele vai ser um professor de uma universidade de Londres.

E aí num dia qualquer da semana passada, conversando com o Tee durante um intervalo para almoço, que acontece aqui mesmo no escritório, eu comentei com ele sobre minha constante insatisfação com o volume de trabalho que consigo fazer ao final do dia, quase todos os dias. Também tenho dias de completude, menos frequentes, mas eles acontecem. Tee, como sempre, em seu jeito budista de pensar, me disse: “não se preocupe, Kalina. Simplesmente faça, mesmo que só um pouquinho. Eu também tenho muitos dias assim. O PhD é um processo de escavação. A gente vai cavando e cavando, de um poço. E às vezes a gente não encontra nada”.

Eu sei que só um pouquinho é igualmente valido, e que mesmo não tendo feito muito amanhã vou voltar para o trabalho não para o começo, mas para um conteúdo fresco na minha mente, e familiar, o que faz muita diferença em todas – TODAS - as fases do processo de doutorado.

E assim eu sigo. Trabalhei no Natal e no Ano Novo, e entre os dois, e tô feliz porque consegui ser produtiva nesses dias, porque o serviço é grande e o chão a ainda ser percorrido me parece longo. No momento estou concentrada no capitulo de análise de dados. Aliás, estou pensando em dividir os achados e análise em dois capítulos, a ser acertado com a orientadora. Nem sei quantas horas já se se passaram em que organizo, leio e leio de novo e leio mais uma vez os dados, qualitativos e analiso os quantitativos. Há momentos em que me pergunto o que dizer sobre os achados: os quantitativos considero que já exibem os resultados relevantes de forma explícita. Sobre os qualitativos fico achando que na análise vou me repetir e falar o óbvio. O único consolo é que, quando compartilho essa angústia com qualquer colega, ele/a completa meu pensamento, rindo, dizendo que sente exatemente a mesma coisa. Eu sei bem que organizar os dados é apenas parte da análise, que aqui está caminhando.

E assim caminha a humanidade.

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