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Friday, 29 June 2012

jornada compartilhada


29 june 2012


nota: esse post esta tambem hoje no meu blog no portalaz.

Hoje faço uma reflexão sobre minhas últimas duas semanas. Ando cansada. Tenho tido semanas de batente pesado, trabalhando de domingo a domingo.

No sábado 16 de junho trabalhei quatro horas na minha tese. Estou escrevendo o capítulo de análise dos dados. Tudo foi planejado com cuidado e revisado, e hoje me sinto às vezes inundada com tantos dados que fica difícil ser linda e produtiva por dias a fio.

No domingo trabalhei de novo quatro horas. Fiz muita coisa, feliz com o trabalho, apesar da sensação presente de que deveria, mas nem sempre poderia, ter feito mais. Eu vivo me martirizando no entendimento entre o que consigo fazer, respeitando meu jeito de trabalhar, meu ritmo e o que de fato deve ser feito.
Na segunda-feira, dia 18, cheguei na universidade às 7.30 da manhã, e trabalhei no capítulo até três da tarde. Tive encontro com a orientadora às 4 da tarde. Disse pra ela que estava feliz, que apesar de não ter feito tudo estava sabendo bem o que deveria fazer. Saber o que fazer é importante e não é sempre assim nessa jornada. 

O encontro foi iluminador, como sempre. A orientação da pesquisa me ajuda a permanecer nos trilhos e a enxergar janelas que me tinham passado fechadas. Ros comentou que estava feliz de ver como eu estou organizando meus dados, e tambem me pediu pra fazer mais um monte de outras coisas, um monte.
Terminada a sessão, voltei pro escritório. Trabalhei mais umas duas horas e fui embora. Quando cheguei em casa me dei conta do cansaço / esgotamento que chegou em mim. Ali fiquei, jantei e vi um pouco de tv, li umas notícias e fui dormir, com o plano firme de vir no dia seguinte para o escritório. 

Na terça-feira só consegui sair da cama quase uma hora depois do despertador me acordar, sem energia. Me levantei, comi cereal, tomei chá, e entendi que o cansaço tava grande demais. Resolvi ficar em casa. Nesses dias não adianta nem abrir o arquivo do capítulo da tese, nem ler o mais interessante livro de teoria ou de metodologia ou ainda aquele artigo brilhante e inspirador. Não entra nada, parece que a cabeça não consegue estacionar num lugar por mais de cinco minutos. E em casa fiquei, dei uma geral muito breve no meu quarto, almocei, e descansei um pouco. 

Sai de casa perto de 7 da noite, para ir encontrar o pessoal para um jantar no Cowherds , um pub perto da universidade, dentro do lindo Common Park. Era um jantar de fim de ano letivo para o grupo de pesquisa de English as a Lingua Franca [ELF], que é coordenado pela Professora Doutora Jennifer Jenkins .
Estudante de PhD quando se encontra fala de cansaco, falta de tempo, rendimento pouco, agonia e preocupação com prazos, além de muitas coisas boas da vida. Esses papos acontecem sempre num pub ou tomando um chá ali no cafe da universidade, o que já proporciona uma leveza e a certeza de que não estamos sozinhas nessa jornada. Ajuda a pensar que somos normais e alivia o peso da angústia pelos dias de produtividade inexistente. Foi isso que aconteceu, no Cowherds éramos dezesseis pessoas jantando numa mesa comprida. Sentei perto do Rob [inglês], Mariko [japonesa], Khanghee e Jheon [coreanas]. 
Khanghee and Jheon disseram que passam sempre pelas mesmas coisas que eu passo. A Jheon disse que às vezes passa o dia inteiro dormindo depois de uma jornada de escrita.  

No mais, estou mudando de lar essa semana. O que seria para entornar o caldo e me deixar mais estressada veio me renovar, pelas possibilidades felizes que as mudanças sempre podem trazer. Voce não tem idéia do tanto de coisas que preciso arrumar, apesar da ajuda gigante que a Kassandra me deu na operação ‘adeus pertences do passado’. Meu coração tá apertado de saudades desse lugar onde morei por muito tempo, ansioso por amanhã, mas leve de qualquer maneira. Uma leveza dentro de mim anuncia que vai dar tudo certo. Entendi que gosto de mudanças. Eu gosto de ser feliz.

3 comments:

  1. Que seja muito feliz no novo lar, bjo!

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    1. muito obrigada, Dri :-)
      tudo bem com voce? ai tem verao? aqui tem chuva e vento forte, e o sol sorri de vez em quando, para em seguida tirar um dia repouso e deixar a chuva chover de novo. *i'm in england*
      beijo

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  2. Kalina querida, por aqui tem chovido quase todos os dias... agora que reencontrei a felicidade na piscina, deixo chover a vontade: "é bom para as plantinhas". Mas quando o nosso amigo sol aparece é aquele regojizo :)

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