A ABEP é uma associação de estudantes brasileiros no
exterior. Na gestão anterior eu era membro da diretoria. Nessa época
organizamos uma conferência que aconteceu na Universidade de Oxford, em
novembro de 2010. Foi uma conferência de um dia, como acontece em muitas
universidades, para a gente compartilhar pesquisa em andamento [em qualquer
estágio acho que dá para apresentar], trocar idéias, conhecer gente, e muito
mais. Na inscrição incluímos um abstract
do que queremos compartilhar. Essa apresentação deve ter um foco, claro, que
pode variar: a metodologia que escolhemos para usar na pesquisa, alguma análise
de dados, ou até mesmo uma apresentação geral da pesquisa. Consider essa
experiência muito enriquecedora.
Nos preparativos a gente se falou [e riu] um sem fim
de vezes ao telefone e por email, combinando quem seria os convidados para
palestras, decidimos sobre os certificados, e mais coisas que aconteceram no
meio do caminho desse planejamento. Falei mais vezes ao telephone com o Luma,
que foi eleito president da ABEP na conferência, e com mais outras pessoas por
email. É sempre melhor decidir conjuntamente, a partir de um consenso, que
sozinha. Felipe, um menino brasileiro que faz doutorado em Oxford, foi o anfitrião
da conferência, que aconteceu num dos departamentos da universidade.
Tudo organizado, planejei a viagem para lá com a
Karla, uma brasileira que fazia mestrado em linguística aplicada em Southampton.
Tomamos o trem para Oxford bem cedo de uma manhã gelada. Chegando lá pegamos um
taxi para a universidade porque não dava mesmo para se aventurar caminhando
naquele frio de novembro. Ah, como foi bom e divertido o dia. Tivemos uma
presença grande de apresentadores com pesquisas bem diversificadas.
Em Oxford conheci um menino simpático que é de
Teresina e mora [ou morava, à época] com uma tia em Manchester desde menino.
Muito bonitinho vê-lo dizer imediatamente: ‘sou de Teresina’, com uma peleja
para falar português de vez em quando. A gente tava tomando chá e ele disse
assim: ‘eu adoro essa chá’. Hehe tive vontade de dizer pra ele que chá em
português é masculino, mas não quis, como não quero nunca, quebrar o charme
dessa presença da língua 1 do falante. O nome dele é George.
Apresentei um poster nessa conferência, concentrando
em uma das minhas questões de pesquisa com os resultados obtidos naquele
momento. O tema foi autobiografia e o que ela revelou sobre os participantes. A conferência na University
of Oxford fortaleceu em muito a associação, que desde então organizou mais
duas conferências: (a) em 2011, em Londres. Não pude ir a essa porque coincidiu
na data com uma conferência que fui em Belfast. (b) a de 2012, que foi em
Cambridge. Mais uma vez não pude ir, porque estava ocupada demais com meu trabalhos
em Southampton. Perdi essas duas e outras conferências pela mesma razão. Não
consigo fazer muuuuitas coisas ao mesmo tempo. E assim tenho feito: aproveitado
muito do que posso e vendo passar outras tantas oportunidades, repetindo a
canção da escolha.
Na ABEP fazemos um trabalho de ajuda mútua.
Considero importante fazer parte da associaçãao, porque no site da associação,
na troca de emails e nos encontros / cafés que são promovidos conseguimos
muitos tipos de ajuda, por exemplo: os bolsistas da Capes discutem assuntos
pertinentes à situação deles, trocamos dicas de moradia, dúvidas sobre [limite
de] peso na bagagem para quem tá indo, vindo, dúvidas sobre tipos de vistos, e
por aí vai. Já fui socorrida várias vezes e já ajudei outras, às vezes sem ter
a resposta solicitada, mas pelo menos desejando boa sorte a alguém, e isso tem
sido bom. A conferência foi um sucesso. No final do dia tomamos o trem de volta
para Southampton, felizes e empolgadas com a associação.
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