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Thursday, 30 May 2013

os dias

30 may 2013

Steve, Eliane, Lucas, Kalina em `retrato de um domingo feliz`

Os dias por aqui tem passado meio como eu gosto, meio como eu posso. 

Sábado passado, 25 de maio, vim para a universidade e trabalhei até 7.20 da noite. Depois fui jantar no Crown Inn de novo, dessa vez com a Eli [chilena], e a Hanadi [arabe]. De novo comi Caesar salad. Tava bom. O papo foi ótimo; como sempre, em torno de diferenças e semelhanças culturais [os encontros e as descobertas] e a vida acadêmica. Essas conversas são sempre uma troca interessante e muito rica. E nos despedimos. E segui meu caminho, fugindo da chuvinha, tão inglesa e pontual.

O domingo foi maravilhoso. Passei o dia na casa dos primos Eliane & Steve. Conversamos um bocado, sobre hobbies, e sobre coisas da vida . . . 

O dia tava lindo, muito lindo. Parecia um verão aberto, com o sol brilhando, com a brisa da primavera friinha, mas bem suportável. 

O Lucas, que tá estudando na Universidade de Oxford, chegou para as férias de verão.  Conversamos um bocado sobre a vida dele na universidade, perspectivas de futuro, atividades físicas e seus infinitos benefícios, falamos mais especificamente sobre jiu jitsu e sobre pilates, estudos, e tal e coisa. O pobe tava tentando assistir a corrida de formula um e eu buzinando conversa nele. Mas foi super super legal. Depois ele deu uma geral rápida na grama do jardim, que ficou mais lindo ainda. Passamos o dia inteiro praqui e prali pela casa e fora dela, fazendo uma coisa e outra, e rindo, e curtindo, curtindo de montão o luxo de um dia de paz. No final do dia cumade Eliane fez um jantar sensacional pra gente.

Peguei uma carona da casa da cumade Eliane e comecei a trabalhar muito cedo, 7 da manhã, na segunda-feira, que foi feriado. Aqui a grandissíssima maioria dos feriados acontece numa segunda-feira, e é chamado de ‘bank holiday’. Resolvi ficar em casa e priorizar organização de assuntos pessoais e de casa. Lavei roupa, várias peças delicadas e ou de cor, e as estendi, pela primeira vez, no varal do quintal, para aproveitar mais um dia lindo de verão, com sol brilhante e um vento bom para alegrar a gente. Lavei roupa, passei roupa, arrumei cozinha, banheiro, organizei um monte de coisas e roupas que estavam amontoadas e as coloquei no lugar certo, e assisti um pouco de tv. 

Ah, escutei música o dia inteiro. Deixei um rádio ligado na cozinha e liguei outro no andar de cima, para acalentar meu dia. Adoro música, e música como companhia é sensacional. Sempre que conheço a música canto junto com o rádio. Parei o serviço para dançar quando tocou “all that she wants”, da banda Ace of Base. Foi super super relaxante. Tenta aí sambar essa canção. Eu fiz e adorei. E agora lembrei que um dia, enquanto organizava uns papéis na sala de aula, me distraí e cantarolei essa ‘all that she wants’ hehehe. Foi muito legal porque um aluno que estava ali perto de mim riu e disse: ‘essa banda é ótima, não é?’ rimos juntos e meu ato falho / de descuido caiu no perdão da paixão compartilhada. 

No final do dia de segunda-feira eu estava toda quebrada, com dor no corpo e de cabeça, por outras questões. A terça-feira ignorou a primavera e trouxe o inverno molhado de volta e eu fiquei em casa de novo, porque ainda estava me sentindo mal. Passei grande parte da manhã na cama; de tarde consegui ler um pouco e responder alguns emails. 

Ontem, quarta-feira, teve chuvinha insistente e temperatura baixa. Passei o dia inteiro na universidade, trabalhando. Hoje, quinta-feira, cheguei chego e tô no batente. Fazia 12.5 graus hoje de manhã cedo, com chuvinha fina, obrigada. Daqui a pouco, às 12:00hs, tenho encontro com minha orientadora.

Mas hoje meu pensamento e meu coração estão alhures, no tropical Brasil, na Teresina, exatamente.  Vamos esperar e torcer por um dia com resultados felizes.

Saturday, 25 May 2013

Post: Chef Morena: vegetais assados e tal


25 may 2013

 
vegetais assados

Essa semana eu queri a fazer uns vegetais, mas queria também evitar usar mais de uma panela. Só usei dois vegetais, mas você pode variar bastante o que vai usar / assar. Se eu tivesse alho em casa teria botado uns dentes, soltos, ainda na casca, para assar junto com os vegetais. Depois os descascaria e nhac nhac tudo junto.  A receita para esse prato ficou bem simples e achamos deliciosa. Resolvi tentar uma idéia assim:

Ingredientes
250 gramas de cogumelos frescos
2 cenouras médias
Sal, pimenta, tomilho, noz moscada e uns fios de azeite para temperar e fazer uma película de proteção para os vegetais não queimarem no forno.

Pronto, tudo misturado numa vasilha ou num pirex, transferi os vegetais para uma assadeira e levei ao forno por uns 15 – 20 minutos mais ou menos, e tava pronto. Comemos com um assado de carne de porco e batatas douradas, mas acho que vai bem com qualquer coisa. Em cima de um arroz bem quentinho, hummm.

e tal

Ontem trabalhei aqui no escritório da uni até quase 6 da tarde. Depois fui jantar num pub aqui perto com uma amiga, o Crown Inn. Foi muito legal terminar o dia com papo bom, uma deliciosa salada tipo Caesar, antecipadas por nachos apimentados, e rever um povo que sempre frequenta esse pub, sempre lotado com gente da universidade. Voltei pra casa 8 da noite embaixo de pingos gélidos de uma chuva fina, vento forte e um frio grande.

Hoje tô aqui de novo na universidade. Estão aplicando hoje prova de IELTS, uma prova de proficiência de língua inglesa aqui no campus; por isso encontrei algumas pessoas quando cheguei. Estamos no final do período letivo, com alunos fazendo provas finais, e isso representa uma biblioteca no campus principal – Highfield – impraticável, com um monte de gente estudante em todos os cantos, mas aqui no campus onde eu estudo o fim de semana é sempre mais tranquilo. Estão aqui no escritorio hoje, além de mim, uma menina da Arábia Suadita, que faz doutorado em linguística aplicada, como eu, e o Zubair, do Paquistão, que faz doutorado em cinema. Eli, uma menina chilena, disse que vai chegar mais tarde.
Já faz mais ou menos duas horas que tô aqui, mas a concentração me escapa o tempo todo. Faço um pouco de servico, e minha mente vagueia, vagueia, e volta.
Quais os seus planos para o fim de semana?

Thursday, 23 May 2013

Pilates

23 may 2013

Spring at The Common Park, Southampton, UK
Hoje escutei cedinho no rádio que estamos tendo a primavera mais fria desde 1979. Tava fazendo 12.5 graus celsius de manhã cedo, baixou para 10.5 e agora a temperatura em Southampton é de 8 graus. Que primavera é essa? O dia está lindo, o sol brilhando, mas frio. Ainda ando com meu casaco de inverno, agora com roupa de manga curta por dentro. Como ando parecendo uma estranha no ninho, vou trocar por um casaco de primavera mas caprichar nas mangas longas. Eu sinto frio, saio de casa cedo da manhã, volto quase sempre de noite, e não quero correr o risco de ficar tremendo de frio por aí. Vejo gente de camiseta nas ruas, mas a grande maioria ainda é de pessoas bem cobertas, com casaco, apesar do clima / desejo já ser de verão. Para mim tudo beleza nessa primavera de dias lindos e felizes, e frios. Esse meu registro do frio não é uma queixa. Ele anda bem suportável.

Gostaria mesmo é de falar de uma aula de pilates que tive anteontem, terça-feira. Valha-me Deus, como achei difícil. A aula aconteceu na sala de artes marciais, três andares abaixo do terreo no prédio SUSU ‘University of Southampton Students’ Union’, no campus principal – Highfield. SUSU é um prédio imenso onde acontecem muuuuitas coisas relacionadas a e oferecidas aos estudantes da universidade, incluindo cinema, algumas das atividades físicas e alguns restaurantes / lanchonetes. Lá vou eu, como sempre, quase meia hora adiantada para a aula que seria das 5.30 às 6.30 da tarde. Troquei de roupa no banheiro e vaguei um pouco pelos corredores. Depois sentei no chão do corredor para esperar o povo da aula. Passaram por ali várias pessoas, rapazes e uma ou duas moças, vindos de uma aula não sei de que, usando kimonos. Aí chegou mais uma senhora para o pilates, conversamos um pouco e ela sentou também no chão do correder.

A professora e mais outros alunos chegaram e começamos a aula. A Professora, esqueci de perguntar o nome dela, veio falar comigo só para um cumprimento simpático antes da aula, com umas doze pessoas, apenas um homem. Comecei até mais ou menos bem nos movimentos, mas logo logo ficou claro que preciso de muito treino só para desenferrujar, para começar. No que eu levanto o quadril um trisco acima da cabeça (isso aconteceu várias vezes durante a aula) me dá ânsia de vômito e tontura. Impressionante como esse movimento, e outros, meu deu uma sensação de perder totalmente o controle de mim, de achar que ia cair (como, se eu já estava no chão?), vomitar, desmaiar. E pensei assim: ‘quem vai socorrer esse corpo moreno se eu desmaiar?’ e preferi, quando não conseguia fazer o exercício, sentar e ficar só tentando ‘aprender’ a respirar. Achei dificil até jogar / botar os braços para trás. Eita! Sera que é assim mesmo, eu chego aos 50 anos de idade precisando aprender a respirar? A professora orientando ‘inhale’, ‘exhale’ e eu só pensando que não estava fazendo o serviço da forma certa.

Não consegui fazer muuuita coisa da aula, mas a professora disse no final que me sai bem para o primeiro dia, ‘you did very well for a first time’. De noite tava toda quebrada. Achei muito bacana e a professora é excelente, sabe muito do que tá fazendo. Esse é o tipo de exercício que me atrai, muito mais do que coisa bem excitada e com música torando os ouvidos. É como se fosse um momento bem especial, de concentração numa atividade apenas. Eu adorei o pilates, agora tô torcendo para ele gostar de mim também. Depois da aula fui caminhando para casa numa caminhando animada e aquecida, e feliz. Fiz o trajeto em menos de 30 minutos. É incrível como quando a gente faz o movimento tudo acontece de bacana nessa vida.

Friday, 17 May 2013

o batente transatlântico

17 may 2013

Steve, Eliane, Benilde, Kalina, Venicio. at Trago Lounge, Southampton, UK.

Passei agora mais de três meses em Teresina, onde retomei minhas atividades de trabalho. Revi muita gente do coração. Tive muitas, muitas distrções do meu serviço da tese. Consegui, na medida da concentração e produção possíveis, revisar os capítulos 2, 4 e 5. Trabalhei mais um bocado no capítulo 6, quando entendi que a análise dos dados coletados vai ficar mais organizada e coerente se for dividida em dois capítulos diferentes, atendendo às questões de pesquisa. 

Trabalhei muitas horas, como sempre, com a constante e cansativa sensação de que deveria estar fazendo mais. Seguindo a sugestão de uma pessoa amiga, e como forma de fechar o ciclo de trabalho no Brasil, apresentei todo o trabalho para três amigas, professoras da area de linguística aplicada. Preparei uma apresentação em power point de toda a pesquisa, inclusive com conclusão preliminar.

A apresentação foi no CEUT, onde também a Professora Maria Helena gentilmente me permitiu estudar numa das salas de orientação. Minha querida amiga Fatima Lima organizou a apresentação e convidou a Luciana Eulalio e a Rivanda Medeiros para se juntatem a nós e assistirem e criticarem / comentarem / argumentarem sobre o que fiz até agora. Isso me deixou com um panomara claro na cabeça, e no papel, do que fiz no Brasil, do quanto avancei, e do que ainda teria pela frente para fazer na tese. Sensacional!!! Foi um previlégio poder passar por essa oportunidade de ‘dar a cara a tapa’, mesmo. O resultado dentro de mim foi maior do que eu pensava. O preparo do power point, o preparo para apresentar o material e toda a concentração me trouxeram um retorno tão gratificante, uma sensação feliz de conquista, que nos dias que se seguiram à apresentação, ainda no Brasil, não senti mais necessidade de trabalhar na tese. Apenas organizei o que precisa trazer comigo para dar continuidade aqui. 

Depois da apresentação ainda conversamos um bocado. Em seguida, Fatima precisou ir dar aula, e Luciana, Rivanda e eu fomos para o Coco Bambu, onde conversamos até quase meia noite. Muito, muito bom.
E chegou o dia de voltar para a Inglaterra. Vim com minha mãe e meu irmão Venício. Entramos na Inglaterra, viemos para Southampton e ficamos aqui três dias. Pegamos o eurostar para Paris, onde passamos três dias. Pegamos um trem para Bruxelas, onde ficamos dois dias. Pegamos outro trem, de novo o eurostar, para Londres, onde ficamos mais dois dias. Voltamos para Southampton, por mais cinco dias, com saídas para visitar várias cidades por aqui por perto e umas comprinhas e coisa e tal. Viagem mágica, em companhias maravilhosas, visitando paisagens inesquecíveis, sofrendo em filas parisienses, e por aí vai, mas tudo muito bom e relaxado. Um luxo! Eles voaram de volta para o Brasil domingo passado, dia 12. 

Na segunda-feira, dia 13, retomei oficialmente minha pesquisa no escritório na universiade e hoje encerro essa primeira semana com vários reencontros felizes. Ontem tive supervisão com minha orientadora. Mostrei para ela a apresentação que tinha mostrado no Brasil para as meninas. Ela gostou muito de ver essa síntese do trabalho. Conversamos por quase 90 minutos sobre o que vem pela frente: muuuito trabalho. Eu tinha mandado dois capitulos (4 e 5) para ela ler. Eu os considerava concluídos, no ponto de serem apenas incluídos no texto final da tese. Doce engano! Ela fez várias recomendações para eu trabalhar no material, e também diminuir / enxugar os capítulos, que estão longos demais. Aqui a tese total deve ter em torno de 75.000 palavras. Portanto, a luta pelo equilíbrio nesse limite está em todos os capítulos e no conteúdo a ser apresentado.

E assim concluo a primeira semana. Com noites frias, manhãs frias, um sol que ensaia um sorriso mas se recolhe, porque dona chuva quer chover, numa primavera tímida e que tem dificuldade de dar tchau de vez ao inverno. A gente vai levando; vai levando até bem.
Mas tenho pensado muito em Drummond nos últimos três dias porque agora tem uma pedra no meio do caminho. No meio do caminho tem uma pedra. Mas a gente segue, com fé em Deus.