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Monday, 8 May 2017

three months later


happy to see myself 24.6kg lighter

 8 may 2017

this past Saturday 6 May was three-month anniversary of my vertical sleeve gastrectomy. the count of the weight dates back from three weeks. in 16 January i saw my surgeon and he prescribed a pre op diet to me. i left his surgery straight to Bom Bocado, a fast food place, where i ate loads, as if the food of the world would finish soon or as a frentic farewell to sin. that was good because i have been thinking that i need no excesses no more, since i have already had soooo many excessive eating behaviour in my life. learn from experienced, Morena!

well, on the 17 January, a Tuesday, i started the strict diet. it was basically protein, fruits and veggies. i had never eaten so many eggs in my life.

essa é a dieta:
7H: ovos e frutas (abacate, maçã, pera, kiwi, ameixa)

9H: fruta e castanha (se for castanha do Pará comer só duas)

12H: carne e verdura - todas (exceto: batata, beterraba, cenoura)

15H: igual a 9H

18H: igual a 12H

22H: livre para repetir 9H / 15H

- pode: beber água de coco. beber bastante água
- não pode: leite e nem seus derivados. carboidratos não pode nenhum
- não pode comer mais nada depois de 22H 

 fiz essa dieta com cuidado e atenção, com pouquíssimos pecados. uma vez comprei uvas passas e as comi com castanhas. foram três finais de semanas na dieta. comi umas variações ótimas de omelete de presunto. foi muito bom me entregar à dieta e ali mesmo começar a me sentir bem, bem mesmo. no terceiro dia de dieta senti meu corpão mais leve ao me virar na cama. incrível!!! no começo eu comia dois ovos no café da manhã. no final comia só um. dava certo. um dos 'excessos' que fiz, talvez nem seja excesso, mas tenho certeza que era necessário, foi comer saladas de frutas. fiz algumas vezes saladas de mamão com laranja e banana e abacate. meu intestino me preocupa e funciona mal demais. aí quando fiquei esses dias sem comer o cereal tudo piorou, mas com a salada de frutas eu tinha paz.

no segundo domingo da dieta fomos almoçar num restaurante argentino aqui, chamado 'Cabaña del primo'. comi uma picanha cozinha, mas não era grande. mais tarde fui embora e passei na patisserie Favorito, onde comprei três coisas para comer. eu queria comer aquilo tudo ali naquele domingo, como despedida dos excessos. comprei uma barquete de chocolate meio amargo, um doce de coco, nem lembro o nome, mas era bom, e um outro lá. me sentei lá e comecei a comer depressa. eram, juntando os três, grande a porção. então pensei que não tinha sentido empurrar aquelas sobremesas goela abaixo sem saborear nada. pedi que as empacotassem pra mim e fui embora. passei no supermercado. deixei-as no carro, ficaram molinhas com o calor. cheguei em casa e os coloquei no congelador. terminei de comer o que tinha começado na patisserie ali naquele domingo, vendo tv.

o peso em quilogramas (kg):
118.3 no dia 17 jan 2017
112.1 no dia 6 fev 2017, dia da cirurgia. emagreci 6.2 com essa dieta ótima e me operei me sentindo seguramente mais leve, sem medo do excesso de gordura no meu fígado. foi muito show o resultado dessa dieta 
93.7 no dia 6 mai 2017, sábado passado, três meses pós cirurgia
 
assim, 24.6kg é o que contabilizo de emagrecimento nesse período.

estou muito feliz. muito feliz!!!


Thursday, 17 October 2013

"Prima il dovere, poi il piacere"

Querido leitor,


Também ando com saudades de você. Não tenho conta das vezes que pensei e pensei e pensei em escrever um post sobre o muito que tem acontecido por aqui. Não consegui. Andei tão ocupada e consumida pelo trabalho e por umas doses poucas, porém especiais, de lazer, que terminei usando o pouco tempo livre para me entregar ao nada, igualmente especial.

Os últimos meses aqui têm sido difíceis. Quinta-feira passada, 10 de Outubro, foi a primeira vez, nesse ano de 2013, que fui sozinha para o centro da cidade e fiz coisas sozinha, livre, com o dia pra mim. Circulei, entrei em lojas, almocei, e até fiz uma aula num curso de pintura em aquarela, onde pintei um prato. Foi tão bom! O efeito relaxante foi maravilhoso. E assim distraí o pensamento e descansei a mente.

Cumpri uma etapa importante na conclusão da tese e só agora diminui minha jornada de quatorze horas por dia, seis dias por semana, trabalhando umas quatro ou cinco horas no domingo. Trabalhava quase 12 horas na universidade, ia pra casa, jantava, e trabalhava mais 1.40 ou duas horas de noite, quando fazia mais leituras e revisões.

Foi quase como se eu não existisse, joguei tudo no trabalho; mas procurei ter alguma medida pra dar atenção também à vida pessoal. Por duas vezes, em semanas diferentes, minhas baterias descarregaram completamente e só consegui sair da cama em torno de 9 horas da manhã. Nesses dias fiquei em casa e cuidei de coisas pessoais que andavam esquecidas, como lavar roupa, ver tv e ignorar o mundo lá fora. Cuidar da vida pessoal, arrumar meu espaço e descansar um pouco são importantes para eu retomar o trabalho mais renovada.

Sempre faço no começo do dia uma lista do que fazer. Nessa lista boto tudo, coisas bem simples e pessoais e também da tese. Ela sempre me ajuda a organizar as ações do dia e a ver que as ‘incontáveis’ coisas que tenho para fazer não são sufocantes e posso, listando e decidindo o que fazer primeiro, dar conta do serviço. Listo de azul e vou marcando de vermelho o que fiz, para ter a sensação boa de ir caminhando. A lista também me ajuda a variar as atividades, porque às vezes fico exausta e sem um pingo de vontade de mexer num capítulo que precisa de revisão, mas posso fazer outra coisa.

Nessas semanas intensas deixei de ir a Londres duas vezes com o Mike e perdi um monte de momentos sociais por aqui, priorizando o trabalho. Ainda assim fui a três festivais de música com o Mike e tive chás e jantares com algumas amigas de vez em quando. É uma ginástica doida de interesse e cansaço físico para fazer tantas coisas. Até a supermercado deixei de ir, pra não perder quase 2 horas do dia. Tô cansada, mas também gostei muito e fiquei acostumada a esse ritmo que provou ser produtivo. Nesse período adorei escrever um artigo para a Revestrés número 10 que está nas bancas em Teresina.

O que tem me ajudado muito a atravessar esses dias intensos tendo sido eu, ao chegar no escritório na universidade, meditar e rezar antes de começar a trabalhar. Aí sinto que minha cabeça fica limpa, leve e preparada para o dia. Outra coisa que faço sempre é estar na cama, durante a semana, antes de meia noite.
Aprecio uma boa noite de sonho e procuro, mesmo trabalhando muito, ter uma medida de equilíbrio, senão desanda tudo.

E nesse ritmo o tempo mudou e o outono tem trazido dias mais curtos e frios, às vezes com chuvas brandas que eu adoro, como foi ontem. A foto do post é da manhã chuvosa de ontem, em Portswood Road, uma rua onde há muitas lojas e por onde passo sempre a caminho da universidade.

Pois é, e assim aconteceu essa minha ausência prolongada do blog, não intencional. Perdoe aí, caro leitor.

A propósito, o que você tem feito? Me conte de você.

Sunday, 1 September 2013

Chef Morena: Cuca de maçã

1 September 2013 


Faz dias que penso em fazer essa cuca tão rápida e fácil. Interessante que ela me impulsionou a escrever esse post, que fazia dias dançava no meu peito sem achar forma ou tom, para quebrar o silêncio no blog. Como disse antes, o momento de completar um projeto na cozinha me faz muito bem e me ajuda com a produção acadêmica, às vezes me livrando de um entrave. O PhD tá fervendo e me pressionando e me angustiando como nunca. Os prazos me sufocam e, ao invés de sempre me motivarem a acelerar, às vezes me presenteiam com dias pouco férteis.

Graças a Deus nada pode ser tudo e tenho tido também dias felizes. Visitamos as ruínas de uma abadia e de um castelo, tudo muito antigo e cheio de história; e depois fomos jantar num restaurante mexicano em Port Solent. Colhemos morangos e framboesas nos campos e em seguida caminhamos pela praia e tomamos sorvete em tarde de frio suportável. Fiz uma torta linda e gostosa dessas frutas silvestres. Fui muitas vezes ao pub com amigos para um chá, uma limonada com coca cola ou uma cider e umas tapas e conversa sem fim, porque sem lavar o peito Chico diz que ‘ninguém segura esse rojão’. Fiz umas caminhadas renovadoras no Common Park. E, aproveitando cada sopro de domingos ensolarados, fizemos semana passada nosso sexto churrasco do verão, que acabou oficialmente ontem.

O outono chegou e promote, e cumpre, dias mais frios e mais curtos, para que a gente não esqueça que a vida passa, o tempo passa, tudo passa, as coisas mudam, as flores morrem e caem no outono e no inverno; e florescem de novo, renascendo na brisa da primavera fértil de cores vibrantes e de vida nova, e também de alergias. Isso mesmo, não se pode ter tudo.  

Essa receita é da Carol Alfaro. Segui a receita direitinho nos passos e medidas.

Chef Morena: Cuca de maçã

Ingredientes

Para a massa:
1 copo de farinha de trigo
½ copo de açúcar
½ copo de óleo
1 colher de chá de fermento químico
2 ovos
1 colher de chá de extrato de baunilha

Misture todos esses ingredientes da massa, que fica bem pesada. Espalhe a massa em uma forma pequena [usei uma forma de pão / bolo inglês, retangular], untada. Usei papel manteiga e ainda passei manteiga no papel para a cuca não grudar.

Para a cobertura:
Por cima dessa massa corte sua fruta do dia. Fiz com duas maçãs vermelhas, ralei raspas de tangerina, sobre as maçãs pelo sabor crítico e pela cor linda amarelinha e dei uma chuviscada de canela e uns fios de mel [Carol sugere maple syrup]. Por curiosidade deixei metade de uma maçã com a casca. Casquinha campeã.

Carol também sugere a opção de três bananas misturadas com açúcar mascavo, canela e limão. Me aguarde, bananinha querida.

Leve ao forno médio para assar. Delícia ainda morna com um cafezinho fresco em tarde chuvosa e em boa companhia; mas excelente também para a pessoa que está sozinha. Bem saborosa também fria. 

Wednesday, 14 August 2013

Londres: João Bosco e banda no Ronnie Scott’s

14 august 2013


Segunda-feira última, 12 de agosto, fomos de novo a Londres, dessa vez para o sensacional show do João Bosco e sua banda. Como segunda-feira é dia de batente, o programa não foi de dia todo.

Saí de casa 15h15 e peguei o trem da nossa estação até o aeroporto aqui da cidade. De lá peguei outro trem para Winchester, uma cidade linda que fica perto daqui, onde encontrei o Mike vindo do trabalho. Pegamos o trem para Londres – Waterloo às 16h48. Fomos direto para Covent Garden, que fica a apenas três estações de metrô de Waterloo.

Chegamos antes do previsto e assim deu tempo passar na Fopp, a loja de CDs, DVDs, e livros. Peguei dois filmes para comprar e passeei com eles pela loja; mas os devolvi às prateleiras, exercitando um controle que tenho procurado ter na aquisição de coisas, muitas, que não preciso. Lembrei que da última vez que passamos na Fopp eu comprei dois filmes: o francês ‘Je ne suis pas la pour etre aime’, ‘not here to be loved’ em inglês, que eu tinha assistido em Teresina, e o americano ‘The autobiography of Miss Jane Pittman’, que ainda não assisti. E lembrei também de outros que comprei de outras vezes que passamos na FOPP.

Fomos então para o Ronnie Scott’s, a cara de jazz mais tradicional de Londres e que existe desde 1959. Jantamos lá um burger, acompanhado de batatas fritas e salada, nada especial com preço de burger especial. Essa é às vezes a matemática do conforto. Tínhamos reservado para jantar lá por conta do tempo que achamos seria apertado entre a chegada em Londres e o show.

No Ronnie Scott’s encontramos cumade Eliane e Steve e Matheus. Conversamos um pouco sobre o show. Mike e eu sentamos numa mesa assim bem de frente ao palco, com ingressos comprados com esse propósito de proximidade. Às 19h15 começou um show da casa com um trio tocando jazz instrumental muito bom. Intervalo.

E chega a hora de João Bosco e sua banda. Que show maravilhoso. Que músicos de primeira grandeza. Que talento nos acordes. Que sintonia e que sincronia entre eles. Foi a primeira vez que eu vi uma cuíca assim olho na cuíca; só conhecia de tv e seu som encantador. João Bosco falou apenas com sua música, e mais não precisava; apenas apresentou a banda duas vezes, com simplicidade e simpatia, e teve aplausos calorosos de uma casa cheia de fãs da melhor música. Ouvi muitas vozes de brasileiros felizes e derretidos de orgulho aqui e ali e acolá pela casa de jazz.

E ouvi vozes de outras línguas também. O casal sentado pertinho de nós era de Barcelona,  conversando entre si em inglês com sotaque espanhol. O pessoal da mesa ao lado era francês.

O show terminou em torno de 23h00. Voltamos rapidão para Waterloo e pegamos o trem de 23:35 para Winchester, de onde dirigimos de volta para casa. Ah, como um show alimenta a alma e me faz experimentar uma sensação especial de leveza. Adoramos o show. Adoramos os músicos, todos eles. Mesmo as várias canções que ele cantou que eu não conhecia me agradaram bastante. Fico sempre muito feliz que pessoas de outras culturas conheçam esse lado musical tão brilhante que o Brasil tem.

Monday, 5 August 2013

A inspiradora Maria Inês

5 august 2013


Semana passada encontrei minha amiga Inês e foi ótimo o programa com ela e as criancas, Júlia, de 7 anos e Melissa, de 5 anos. Fomos a uma cidade aqui perto, Fareham, comprar umas coisas de cama, lençol luva e tals. Adorei a escolha dela pra gente ir nessa loja ótima chamada Dunelm.

Foi uma saída para atualizar os assuntos, o que nunca é suficiente. Fazia muito, muito tempo que eu não tinha uma quebra assim tão legal e tão diferente no meu dia. Depois das compras fomos almoçar no TGI’s Friday de Fareham. Incrível ver que mesmo numa cidade tão pequena tem um restaurante que vai enchendo na hora do almoço, e esse não é dos mais baratos. Como o dia estava ensolarado tinha várias mesas do lado de fora, com pessoas que escolhem fazer uma refeição / ficar muito tempo com o sol bem no coco mesmo, para curtir cada sopro do astro rei. Nós optamos pela sombra e ficamos dentro do restaurante.

Juntando minha idéia com a sugestão do primo Ciro, agora escrevo mais especificamente sobre a Inês, deixando que ela nos conte um pouco de sua vida:

Conheci a Inês antes mesmo de chegar em Southampton. Em minhas pesquisas sobre a cidade descobri um blog em que ela escrevia sobre a vida aqui, a contactei e nos conhecemos logo que cheguei. Ela é uma pessoa bacana e que me deu bastante apoio na minha chegada. Inês sabe de tudo, de tudo. Ela sabe onde fica qualquer coisa que você precise comprar ou um lugar que queria visitar; dirige muito bem e é boa de localização.

Ela veio morar aqui em Southampton em 03/08/2003 porque casou com um inglês, que conheceu na internet. Antes tinha morado em Londres em 2000 por um ano. Inês ficou casada com o Paul por 7 anos, e com ele teve as meninas Júlia e Melissa, que estão na escola. Desde a primeira vez em que fui na casa da Inês, e as criancas era bem miúdas, fiquei impressionada como ela mantém a casa limpíssima e organizada. Hehehe é muita mão de obra, principalmente com duas crianças para cuidar. Inês tem um senso de organização e de planejamento incríveis. É uma inspiração para mim.

- bate papo com a Inês:

Kalina: O que acha de Southampton? UK/Reino Unido?

Inês: Eu amo o Reino Unido e também Southampton, digo também pois primeiro amava Londres de paixão que não imaginava morar em outro lugar. Southampton é uma cidade do interior que tem tudo.

K: O que é bom de morar aqui?

Inês: Eu sou do Paraná e morava em São Paulo, aquela cidade maluca, de trânsito infernal, aqui é bem diferente, quer dizer, o trânsito, a muvuca que reclamamos daqui não tem comparação com o que vivia em São Paulo, aqui tem boas escolas, colégios e faculdade e temos qualidade de vida (segurança/educação/saúde).

K: Cite duas ou três coisas / ou viagens bem interessantes / inesquecíveis que você fez morando aqui.

Inês: Eu acho que a primeira coisa incrível foi ter minhas filhas e aprender a criar os filhos sem ajuda de família por perto.
A Segunda foi dirigir para diferentes estados sem ter medo de me perder e conhecer lugares diferentes do meu habitat natural.
A terceira foi lutar pelos direitos das minhas filhas e meus, saber que tinha alguém pra me ouvir e ajudar.

K: Como é criar filhos aqui, sem sua mãe ou outros familiares por perto?  [Paul já não tinha mãe quando Inês casou com ele, mas Inês teve um casal vizinho que sempre fez as vezes de pais dela, dando muito apoio].

Inês: Sim eu tenho meus pais Ingleses, eles me adotaram como filha e sempre me ajudaram, não foi facil criar minhas filhas sem família por perto, mas como você sabe eu sou guerreira e tenho Deus por perto, quando Deus não estava ao meu lado, ele me carregava.

K: O que não é bom aqui? Se quiser, cite um, dois ou três momentos que você viveu aqui e que foram muito difíceis para você.

Inês: Primeiro, foram os primeiros meses aqui, como morei em Londres, eu não conhecia ninguém em Southampton, passava meus dias pensando na minha familia e se realmente tinha feito a coisa certo.
Segundo, foi fazer parte da comunidade local, então eu procurei lugares onde eu pudesse encontrar pessoas, ajudar pessoas, estudar, trabalhar. Tirei 3 novos diplomas, trabalhei em alguns lugares como voluntária e em todos esses lugares eu aprendi a entender, compreender as pessoas como elas são por aqui, independente da nacionalidade.
Terceiro, foi o Divorcio. Ninguém casa pra separar, só que eu não casei pra viver de aparência, então fechei um livro e comecei outro onde hoje só tem capítulos felizes de uma mãe com duas filhas.

K: Do que sente você falta?

Inês: De dinheiro! (Rs) Adoro viajar, adoraria ver e receber minha família por aqui.

K: No momento você tem vontade de voltar a viver no Brasil um dia?

Inês: Sinceramente NÃO, eu tenho saudades da minha família, adoro passar férias no Brasil, mas a falta de segurança, educação, saúde e a incontrolável corrupção, aqui não é perfeito, só que poder sair de casa com seus filhos e andar sem ter medo de assalto, não tem preco.

K: Que conselhos você daria a quem quer viver aqui?

Inês: Ser um cidadão do mundo, não comparar os países, respeitar as diferentes culturas que existem por aqui, se dar no sentido de aprender tudo pois assim você faz daqui o seu lar e não a sua casa.


K: A Inês sintetizou muito bem as decisõs e atitudes que nos ajudam a viver bem, em nossa terra original ou em outra terra que escolhemos para viver. 

Wednesday, 31 July 2013

Os dias e o capítulo 7


31 july 2013


Final de semana passado, de 19 a 21 de julho, foi ótimo. Na sexta-feira de tarde tive reunião com minha orientadora, que gostou do que tenho feito e aprovou meus planos para o que está por vir na tese. Agora ela está de férias e vai para Zâmbia, na África, encontrar o filho que  hoje vive e trabalha na Líbia. Ele tem 25 anos e faz um trabalho fascinante junto a órgãos de ajuda internacional. Ele morou antes em Zâmbia e disse para a mãe que lá é muito lindo. Ela vai sonhando em apreciar os pássaros, o que é um hobbie popular na Europa.

Às três da tarde, quando voltei para o escritório esse estava com cara de fim de semana, até com luzes apagadas. Hanadi, minha colega árabe que sempre fica até mais tarde no escritório tinha ido embora. Ela me disse que não tá aguentando ficar muito tempo esse dias porque está fazendo o Ramadan, o mês sagrado para os muçulmanos e quando eles vivem um jejum obrigatório durante todo o mês, sem comida ou bebida desde a hora em que o nasce até a hora em que o sol vai embora. Ai eu também fui embora mais cedo.

Na noite de sexta-feira fomos jantar no restaurante italiano Scoozi, em Oxford street, aqui mesmo em southampton. Comemos calzone e uma entrada boa danada. Depois do jantar fomos ao White Tavern, um pub ali na rua. Aqui um jantar, ou uma noite, nunca termina no restaurante original. Inglês adora esticar mais um pouco bem ali em outro pub. A noite já estava mais fria. Nesses últimos dias a temperatura baixou um pouco, a chuva voltou, o sol ficou mais tímido; e assim o verão inglês se nos apresenta em sua forma mais conhecida.

Oxford street é uma rua muito charmosa. Em dois quarteirões se concentram restaurantes: indiano, italiano, pizzaria, inglês, espanhol, mexicano, e o brasileiro ‘casa brasil’, além de pubs e uma brasserie. A rua ferve de gente nas noites e no verão as calçadas são ocupadas com mesas de pessoas aproveitando a brisa [rara] da noite. Oxford street fica a apenas mais uma rua do porto, de onde saiu o navio Titanic. Lá tambem tem o pub ‘the grapes’. A lenda diz que seis membros da tripulação foram para ‘the grapes’, entre eles três irmãos, antes de embarcarem na fatídica e única viagem do Titanic. E aí que os seis se esqueceram do tempo e perderam o navio. E assim o pub, que era um dos favoritos entre tripulantes e viajantes, ficou famoso por dar boa sorte a seus frequentadores.

No domingo, dia 21, fomos ao churrasco de aniversário do Matheus. Que delícia de encontro e conversa com Steve, cumade Eliane, Lucas, Matheus e Denis. Entre as delícias tinha farofa, feijão com jeito brasileiro e salada, além de uma variedade de carnes. O Denis, amigo do Lucas, é de Teresina e mora em Londres.


No domingo de noite fomos ao ótimo show do Simone Felice, no Railway, in Winchester. Foi o terceiro show dele que eu vi. 

Começamos uma nova semana e aqui sigo eu, com o capítulo 7. De vez em quando eu sinto uma alergia. É como sinto quando não consigo nem tocar no meu texto. É cíclico: trabalho, leio, escrevo, reviso, imprimo uma versão desenvolvida do capítulo. E aí me vem essa exaustão, que me faz sentir duplamente cansada. Não aguento. É como se eu não pudesse ter muitos dias a fio com produção brilhante. Depois de uns dias inspirados sempre me vem assim esses dias nulos, ou quase nulos.

Quando trabalho faço coisas muito legais nas sessões do capítulo. Quando o dia é zero, como hoje, não sai nada. Hoje apenas me doi o pescoco, doi muito. Vontade de ir pra casa e dormir, mas sei que mesmo em casa não vou conseguir descansar e aliviar essa tensão. Talvez até durma, porque tô me sentindo exausta, mas qualquer uma ou duas horas de sono vão estragar minha noite. Parece um desligamento que vai alem de mim.

Espero que amanhã, sendo outro dia, me traga possibilidades felizes. Tenho ainda que começar a esboçar a segunda grande parte deste último capitulo de análise dos dados, que se referem à terceira fase empírica da minha pesquisa. To meio blah.

Tuesday, 23 July 2013

De volta ao batente

23 july 2013



Saí de Teresina no sábado, dia 20, no vôo de 12h:40 para Fortaleza, de lá fui para o Rio de Janeiro, de onde saí para Londres em torno de meia noite.

Eu já estava me arrumando para sair, quando a titia me ligou, e me falou coisas lindas. Ela disse que estava me ligando para me dar um abraço muito grande porque [sábado] era o dia do amigo e eu sou uma amiga muito especial para ela; uma pessoa que ela admira, ama, e em quem acredita e confia. Pense como esse telefonema aqueceu meu coração judiado. Aí a Manuela, minha irmã de coração, foi me levar no aeroporto com a mamãe. Essa despedida foi difícil, mas segui.

Desembarquei em Fortaleza para passar ali quase quatro horas, quando vem ao meu encontro a surpresa mais maravilhosa: meu primo Júnior foi encontrar comigo no aeroporto. Me sinto abençoada por ter tantas pessoas especiais ao meu redor. Almoçamos e conversamos um bocado. Ele ficou comigo até minha entrada na segurança. Um abraço apertado, ele se foi e eu segui, mais feliz.

No Rio de Janeiro foi legal a espera porque fiquei conversando com um pessoal que veio no mesmo vôo que eu. Eu gosto às vezes de conversar com quem não conheço, pra escutar estórias novas. É olhar para a pessoa e perguntar ‘pra onde você vai?’. Parece que a pessoa tá só esperando essa pergunta para contar um monte de si.
 
E embarcamos na viagem longuíssima de quase 12 horas até Londres. Entrei no avião e falei para um comissário de bordo que tinha viajado com ele para o Brasil 10 dias atrás. Ele olhou pra mim e disse ‘a senhora tava sentada ali do outro lado’. Pronto, imagine aí o bom trato. A viagem foi tranquila, mas dessa vez não consegui ler nada e nem sequer procurar um filme para assistir. Dormi um pouco e o que mais fiz foi acompanhar a viagem pelo mapa para saber onde eu estava. Nada mais.

Descemos em Londres alguns minutos antes do previsto, que era pra 3h20 da tarde. Viemos do aeroporto direto para casa. Como o dia estava lindo e ensolarado Mike tinha planejado um churrasco para a gente no quintal de casa. Tomei um super banho para espantar o cansaco, vesti uma roupa fresquinha e curtimos um churrasco gostoso. Tinha mini burgers, linguiça, salmão, espeto de frango com chorizo espanhol e pimentão, e três tipos diferentes de salada: de batata, de repolho com queijo e cenoura e mais um molhinho [coleslaw], e caesar salad. Estava tudo ótimo, e deliciosamente leve. Ah, a gente come churrasco aqui com pão [comi só um].

Foi maravilhoso ficar sentada ao ar livre depois de praticamente 24 horas dentro de aeroportos e aviões. Entramos quase 8h00 da noite, ainda com luz do dia. Acho que comi um bocadim além da conta; mas sendo churrasco já viu, né. Foi nosso terceiro churrasco nesse verão de dias longos e bonitos. Ficar em casa nesse programa refrescante e à vontade me fez recuperar as energias.

Fui dormir quase meia noite mas consegui ir para a universidade ontem, segunda-feira, de manhã cedo e trabalhar até quase 5h30 da tarde. Fiz um serviço importante no capítulo 7. Meu Deus do Céu, como tem coisa pra fazer ainda. Quisera eu ser mais rápida e mais concentrada. Gosto da minha alma artesanal e desacelerada, mas tem hora em que correr pode ajudar.

Na universidade ganhei um monte de abraços demorados e calorosos de muitos amigos. Chorei litros. Comigo não tem jeito: mencionou a dor, a torneirinha abre.

Às 6h00 da tarde fomos fazer uma caminhada feliz no Riverside Park, um park lindo que tem aqui, às margens do rio Itchen. Mais tarde cumade Eliane passou para pegar uns presentes que a família mandou para ela do Brasil. Soltamos boas gargalhadas.

Querido leitor, a cumade Eliane é de Teresina e hoje mora aqui em Southampton, casada com um inglês. Vou escrever sobre ela em breve. Se voce gostaria de fazer uma pergunta a ela comente aqui que eu transmito sua pergunta a ela e a resposta vem no post sobre.

Saturday, 6 July 2013

O capítulo 6

6 july 2013


Semana passada, depois de uma longuíssima jornada, mandei meu rascunho completo do capítulo 6 para apreciação da minha orientadora. Ela vai ler o material e me mandar de volta com comentários para eu fazer - é sempre assim - ainda mais alguns acertos, para chegar à versão final. O capítulo 6 é composto de:
11.782 palavras
157 parágrafos
Em 37 páginas.

Some a isso muitos rascunhos impressos e trabalhos às vezes no texto todo até que, finalmente, tomei a boa decisão de trabalhar por sessão. Isso resultou em um trabalho bem melhor, e me libertei da angústia do texto ser tratado por inteiro de uma vez só. Por esse número de páginas você imagina que é um texto longo, do tamanho ou talvez maior que algumas monografias de pós. Um capítulo apenas.

Agora estou trabalhando no capítulo 7, que traz a segunda parte da minha análise de dados. Tenho trabalhado tanto, seis dias por semana, de segunda a sexta na universidade, e algumas horas em casa aos sábados. Quando o trabalho rende bem fico feliz e tranquila para fazer alguma coisa legal no sábado de noite e no domingo todo. Engraçado como às vezes passo muitas horas no escritório e ao final do dia não fiz muito; mas em casa, decidindo trabalhar por três horas apenas, sento, junto o material, e faço direto um bom trabalho, que me liberta para ir ser feliz ali e acolá e aqui. Adoro esse equilibrio entre obrigação e prazer.

Ontem saí do escritório às 7 da noite. Fui a última a ir embora, e o campus estava quase vazio naquela hora que é praticamente fim de semana. Apesar do silêncio, sempre encontro alguém quando vou na cozinha pegar água, para beber ou para chá ou café. A caminho de casa passei no supermercado e comprei massa fresca para o jantar: tortellini recheado com espinafre e ricotta e um molho de tomate com mangericão. É só cozinhar a massa e esquentar o molho, e em poucos minutos tá pronto o jantar ótimo. Botei um pouco de blue cheese e parmesão por cima do tortellini.

E hoje decidi ficar em casa, trabalhar de casa, mudando meu plano inicial de ir pra universidade, porque tô precisando de mudança e descanso. Trouxe meu laptop pra sala de tv e tô trabalhando um pouco e vendo tv. Tão bom. Ontem mesmo lavei roupa, que passou a noite na máquina de lavar e só foi extendida hoje de manhã. Tenho um outro tanto de coisas para fazer em casa também. Talvez mais tarde eu passe roupa. Talvez. Vamos ver o que o dia me inspira. O sol brilha lindo lá fora.  


Gosto muito de uma máxima que minha professora de italiano me ensinou, porque ela é pertinente na vida, quase o tempo todo: “prima il dovere, dopo il piacere”.          

Wednesday, 3 July 2013

Londres: Sebastião Salgado & Tim Burgess & Lambchop

3 july 2013


Já estive na linda Londres, que adoro, não sei nem quantas vezes. Mas sempre que vou tenho duas alegrias: uma por estar indo para aquela cidade que é um poço sem fundo de coisas sensacionais pra gente ver ou fazer; a outra alegria é que não moro lá. Acho cansativo o trânsito e o movimento intenso do monte de gente, o metrô lotado em certas horas do dia, com algumas estações tão grandes que a gente tem que caminhar um bocado mesmo dentro delas. Isso não me atrai mesmo como projeto de vida. Gosto de conforto e um pouco de lentidão.

E então que no domingo, 23 de junho, fomos para Londres, mais uma vez, com uma programação super:

1. Fomos direto para o Museu de Historia Natural [Natural History Musem - http://www.nhm.ac.uk/index.html] visitar a exposição Genesis, do brilhante fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado. A exposição fica aberta até o dia 8 de Setembro de 2013 e é imperdivel para quem aprecia fotografia, o trabalho do Salgado, ou tem amor pelo nosso planeta. É uma viagem entre os continentes em imagens em preto e branco de paisagens, vida selvagem, e comunidades remotas. A entrada custa 10 libras. Paguei 5 libras com minha carteira de estudante. Atenção: se você for visitar apenas o museum, a entrada é gratis. No site do museu tem um link para um vídeo sobre a exposição. Vale a pena assistir.

2. Depois do café com torta no café do museu fomos para o Soho, direto para a loja de CDs e DVDs e livros Fopp, em Covent Garden. Loja ótima, com muitos títulos e promoções tentadoras.

3. Ainda em Covent Garden, jantamos no Maxwell’s bar & grill, que existe desde 1972 e serve um burger muito gostoso. A música é alta e vibrante.

4. E tomamos mais um metrô, dessa vez para o Barbican pro show do Tim Burgess, de Manchester, com abertura [support band] da banda americana Lambchop. Lambchop é uma banda de Nashville, Tennessee, com raízes no country alternativo, hoje com uma influência feliz do jazz na música que eles fazem. Kurt Wagner, vocalista à frente da Lambchop, convidou Tim Burgess para cantar com ele. Depois eles voltaram ao palco no show do Tim, que faz música alternative, indie rock e Britpop. Os dois shows foram sensacionais. Sensacionais!!!

5. Tudo terminou às 22.40hrs, trinta minutos depois do previsto. Domingo de noite, metrôs em manutenção e serviço limitado. Esse quadro fez a gente, apesar de correr o quanto pode, perder o trem de 23:35hrs. Entramos na estação de Waterloo exatamente nesse minuto em que o trem saia. Paciência. Fomos tomar café, sentar abrigados do frio e esperar pelo próximo trem, a 1.05 da manhã de segunda-feira. Foi um trem lento, parando em tudo quanto é de vilarejo na noite gelada. Descemos em Basingstoke, onde tínhamos deixado o carro exatamente para agilizar a volta com horários de trem, e dirigimos de volta a Southampton. Quando mirei a cama para desmaiar no sono dos justos o relógio despertador acusava 3.07hrs da manhã.

6. Na segunda-feira de manhã minha pessoa não respondia a nada, dormi até umas 8.30hrs e só depois pude despertar para voltar ao mundo real, do serviço e da disciplina.

Domingo maravilhoso em Londres. Maravilhoso!!!