Pages

Showing posts with label Southampton. Show all posts
Showing posts with label Southampton. Show all posts

Thursday, 17 October 2013

"Prima il dovere, poi il piacere"

Querido leitor,


Também ando com saudades de você. Não tenho conta das vezes que pensei e pensei e pensei em escrever um post sobre o muito que tem acontecido por aqui. Não consegui. Andei tão ocupada e consumida pelo trabalho e por umas doses poucas, porém especiais, de lazer, que terminei usando o pouco tempo livre para me entregar ao nada, igualmente especial.

Os últimos meses aqui têm sido difíceis. Quinta-feira passada, 10 de Outubro, foi a primeira vez, nesse ano de 2013, que fui sozinha para o centro da cidade e fiz coisas sozinha, livre, com o dia pra mim. Circulei, entrei em lojas, almocei, e até fiz uma aula num curso de pintura em aquarela, onde pintei um prato. Foi tão bom! O efeito relaxante foi maravilhoso. E assim distraí o pensamento e descansei a mente.

Cumpri uma etapa importante na conclusão da tese e só agora diminui minha jornada de quatorze horas por dia, seis dias por semana, trabalhando umas quatro ou cinco horas no domingo. Trabalhava quase 12 horas na universidade, ia pra casa, jantava, e trabalhava mais 1.40 ou duas horas de noite, quando fazia mais leituras e revisões.

Foi quase como se eu não existisse, joguei tudo no trabalho; mas procurei ter alguma medida pra dar atenção também à vida pessoal. Por duas vezes, em semanas diferentes, minhas baterias descarregaram completamente e só consegui sair da cama em torno de 9 horas da manhã. Nesses dias fiquei em casa e cuidei de coisas pessoais que andavam esquecidas, como lavar roupa, ver tv e ignorar o mundo lá fora. Cuidar da vida pessoal, arrumar meu espaço e descansar um pouco são importantes para eu retomar o trabalho mais renovada.

Sempre faço no começo do dia uma lista do que fazer. Nessa lista boto tudo, coisas bem simples e pessoais e também da tese. Ela sempre me ajuda a organizar as ações do dia e a ver que as ‘incontáveis’ coisas que tenho para fazer não são sufocantes e posso, listando e decidindo o que fazer primeiro, dar conta do serviço. Listo de azul e vou marcando de vermelho o que fiz, para ter a sensação boa de ir caminhando. A lista também me ajuda a variar as atividades, porque às vezes fico exausta e sem um pingo de vontade de mexer num capítulo que precisa de revisão, mas posso fazer outra coisa.

Nessas semanas intensas deixei de ir a Londres duas vezes com o Mike e perdi um monte de momentos sociais por aqui, priorizando o trabalho. Ainda assim fui a três festivais de música com o Mike e tive chás e jantares com algumas amigas de vez em quando. É uma ginástica doida de interesse e cansaço físico para fazer tantas coisas. Até a supermercado deixei de ir, pra não perder quase 2 horas do dia. Tô cansada, mas também gostei muito e fiquei acostumada a esse ritmo que provou ser produtivo. Nesse período adorei escrever um artigo para a Revestrés número 10 que está nas bancas em Teresina.

O que tem me ajudado muito a atravessar esses dias intensos tendo sido eu, ao chegar no escritório na universidade, meditar e rezar antes de começar a trabalhar. Aí sinto que minha cabeça fica limpa, leve e preparada para o dia. Outra coisa que faço sempre é estar na cama, durante a semana, antes de meia noite.
Aprecio uma boa noite de sonho e procuro, mesmo trabalhando muito, ter uma medida de equilíbrio, senão desanda tudo.

E nesse ritmo o tempo mudou e o outono tem trazido dias mais curtos e frios, às vezes com chuvas brandas que eu adoro, como foi ontem. A foto do post é da manhã chuvosa de ontem, em Portswood Road, uma rua onde há muitas lojas e por onde passo sempre a caminho da universidade.

Pois é, e assim aconteceu essa minha ausência prolongada do blog, não intencional. Perdoe aí, caro leitor.

A propósito, o que você tem feito? Me conte de você.

Sunday, 1 September 2013

Chef Morena: Cuca de maçã

1 September 2013 


Faz dias que penso em fazer essa cuca tão rápida e fácil. Interessante que ela me impulsionou a escrever esse post, que fazia dias dançava no meu peito sem achar forma ou tom, para quebrar o silêncio no blog. Como disse antes, o momento de completar um projeto na cozinha me faz muito bem e me ajuda com a produção acadêmica, às vezes me livrando de um entrave. O PhD tá fervendo e me pressionando e me angustiando como nunca. Os prazos me sufocam e, ao invés de sempre me motivarem a acelerar, às vezes me presenteiam com dias pouco férteis.

Graças a Deus nada pode ser tudo e tenho tido também dias felizes. Visitamos as ruínas de uma abadia e de um castelo, tudo muito antigo e cheio de história; e depois fomos jantar num restaurante mexicano em Port Solent. Colhemos morangos e framboesas nos campos e em seguida caminhamos pela praia e tomamos sorvete em tarde de frio suportável. Fiz uma torta linda e gostosa dessas frutas silvestres. Fui muitas vezes ao pub com amigos para um chá, uma limonada com coca cola ou uma cider e umas tapas e conversa sem fim, porque sem lavar o peito Chico diz que ‘ninguém segura esse rojão’. Fiz umas caminhadas renovadoras no Common Park. E, aproveitando cada sopro de domingos ensolarados, fizemos semana passada nosso sexto churrasco do verão, que acabou oficialmente ontem.

O outono chegou e promote, e cumpre, dias mais frios e mais curtos, para que a gente não esqueça que a vida passa, o tempo passa, tudo passa, as coisas mudam, as flores morrem e caem no outono e no inverno; e florescem de novo, renascendo na brisa da primavera fértil de cores vibrantes e de vida nova, e também de alergias. Isso mesmo, não se pode ter tudo.  

Essa receita é da Carol Alfaro. Segui a receita direitinho nos passos e medidas.

Chef Morena: Cuca de maçã

Ingredientes

Para a massa:
1 copo de farinha de trigo
½ copo de açúcar
½ copo de óleo
1 colher de chá de fermento químico
2 ovos
1 colher de chá de extrato de baunilha

Misture todos esses ingredientes da massa, que fica bem pesada. Espalhe a massa em uma forma pequena [usei uma forma de pão / bolo inglês, retangular], untada. Usei papel manteiga e ainda passei manteiga no papel para a cuca não grudar.

Para a cobertura:
Por cima dessa massa corte sua fruta do dia. Fiz com duas maçãs vermelhas, ralei raspas de tangerina, sobre as maçãs pelo sabor crítico e pela cor linda amarelinha e dei uma chuviscada de canela e uns fios de mel [Carol sugere maple syrup]. Por curiosidade deixei metade de uma maçã com a casca. Casquinha campeã.

Carol também sugere a opção de três bananas misturadas com açúcar mascavo, canela e limão. Me aguarde, bananinha querida.

Leve ao forno médio para assar. Delícia ainda morna com um cafezinho fresco em tarde chuvosa e em boa companhia; mas excelente também para a pessoa que está sozinha. Bem saborosa também fria. 

Wednesday, 7 August 2013

six plus thirty

7 august 2013


. . . and eating at Sara's Thai cuisine and having another sip at Trago Lounge on Friday 2 Aug and visiting the beautiful little town of Alresford and the Jane Austen's house museum in Chawton and having a special lamb roast with roast potatoes cooked by them on Saturday 3 Aug and going grocery shopping then picking strawberries and raspberries on a farm near Christchurch and afterwards going for a walk and an ice cream at Avon beach, Mudeford, and coming back home to their fourth barbecue of the summer and wrapping up the night listening to Diana Krall's amazing jazz they celebrated six plus 30 months or three years together . . .


. . . e jantando no restaurante tailandês Sara's e tomando mais um drinque no Trago Lounge na sexta-feira 2 de agosto e indo visitar a linda cidade de Alresford e a casa museum da Jane Austen em Chawton e jantando um assado de carneiro especial com batatas douradas feitos por eles no sábado 3 de agosto e indo ao supermercado e depois colhendo morangos e framboesas nos campos perto de Christchurch e em seguida fazendo uma caminhada na praia e tomando sorvete em Avon Beach, Mudeford, e voltando para casa para preparar o quarto churrasco do verão e mais tarde fechar a noite curtindo o sensational jazz da Diana Krall eles comemoraram seis mais trinta meses ou três anos juntos . . .

Monday, 5 August 2013

A inspiradora Maria Inês

5 august 2013


Semana passada encontrei minha amiga Inês e foi ótimo o programa com ela e as criancas, Júlia, de 7 anos e Melissa, de 5 anos. Fomos a uma cidade aqui perto, Fareham, comprar umas coisas de cama, lençol luva e tals. Adorei a escolha dela pra gente ir nessa loja ótima chamada Dunelm.

Foi uma saída para atualizar os assuntos, o que nunca é suficiente. Fazia muito, muito tempo que eu não tinha uma quebra assim tão legal e tão diferente no meu dia. Depois das compras fomos almoçar no TGI’s Friday de Fareham. Incrível ver que mesmo numa cidade tão pequena tem um restaurante que vai enchendo na hora do almoço, e esse não é dos mais baratos. Como o dia estava ensolarado tinha várias mesas do lado de fora, com pessoas que escolhem fazer uma refeição / ficar muito tempo com o sol bem no coco mesmo, para curtir cada sopro do astro rei. Nós optamos pela sombra e ficamos dentro do restaurante.

Juntando minha idéia com a sugestão do primo Ciro, agora escrevo mais especificamente sobre a Inês, deixando que ela nos conte um pouco de sua vida:

Conheci a Inês antes mesmo de chegar em Southampton. Em minhas pesquisas sobre a cidade descobri um blog em que ela escrevia sobre a vida aqui, a contactei e nos conhecemos logo que cheguei. Ela é uma pessoa bacana e que me deu bastante apoio na minha chegada. Inês sabe de tudo, de tudo. Ela sabe onde fica qualquer coisa que você precise comprar ou um lugar que queria visitar; dirige muito bem e é boa de localização.

Ela veio morar aqui em Southampton em 03/08/2003 porque casou com um inglês, que conheceu na internet. Antes tinha morado em Londres em 2000 por um ano. Inês ficou casada com o Paul por 7 anos, e com ele teve as meninas Júlia e Melissa, que estão na escola. Desde a primeira vez em que fui na casa da Inês, e as criancas era bem miúdas, fiquei impressionada como ela mantém a casa limpíssima e organizada. Hehehe é muita mão de obra, principalmente com duas crianças para cuidar. Inês tem um senso de organização e de planejamento incríveis. É uma inspiração para mim.

- bate papo com a Inês:

Kalina: O que acha de Southampton? UK/Reino Unido?

Inês: Eu amo o Reino Unido e também Southampton, digo também pois primeiro amava Londres de paixão que não imaginava morar em outro lugar. Southampton é uma cidade do interior que tem tudo.

K: O que é bom de morar aqui?

Inês: Eu sou do Paraná e morava em São Paulo, aquela cidade maluca, de trânsito infernal, aqui é bem diferente, quer dizer, o trânsito, a muvuca que reclamamos daqui não tem comparação com o que vivia em São Paulo, aqui tem boas escolas, colégios e faculdade e temos qualidade de vida (segurança/educação/saúde).

K: Cite duas ou três coisas / ou viagens bem interessantes / inesquecíveis que você fez morando aqui.

Inês: Eu acho que a primeira coisa incrível foi ter minhas filhas e aprender a criar os filhos sem ajuda de família por perto.
A Segunda foi dirigir para diferentes estados sem ter medo de me perder e conhecer lugares diferentes do meu habitat natural.
A terceira foi lutar pelos direitos das minhas filhas e meus, saber que tinha alguém pra me ouvir e ajudar.

K: Como é criar filhos aqui, sem sua mãe ou outros familiares por perto?  [Paul já não tinha mãe quando Inês casou com ele, mas Inês teve um casal vizinho que sempre fez as vezes de pais dela, dando muito apoio].

Inês: Sim eu tenho meus pais Ingleses, eles me adotaram como filha e sempre me ajudaram, não foi facil criar minhas filhas sem família por perto, mas como você sabe eu sou guerreira e tenho Deus por perto, quando Deus não estava ao meu lado, ele me carregava.

K: O que não é bom aqui? Se quiser, cite um, dois ou três momentos que você viveu aqui e que foram muito difíceis para você.

Inês: Primeiro, foram os primeiros meses aqui, como morei em Londres, eu não conhecia ninguém em Southampton, passava meus dias pensando na minha familia e se realmente tinha feito a coisa certo.
Segundo, foi fazer parte da comunidade local, então eu procurei lugares onde eu pudesse encontrar pessoas, ajudar pessoas, estudar, trabalhar. Tirei 3 novos diplomas, trabalhei em alguns lugares como voluntária e em todos esses lugares eu aprendi a entender, compreender as pessoas como elas são por aqui, independente da nacionalidade.
Terceiro, foi o Divorcio. Ninguém casa pra separar, só que eu não casei pra viver de aparência, então fechei um livro e comecei outro onde hoje só tem capítulos felizes de uma mãe com duas filhas.

K: Do que sente você falta?

Inês: De dinheiro! (Rs) Adoro viajar, adoraria ver e receber minha família por aqui.

K: No momento você tem vontade de voltar a viver no Brasil um dia?

Inês: Sinceramente NÃO, eu tenho saudades da minha família, adoro passar férias no Brasil, mas a falta de segurança, educação, saúde e a incontrolável corrupção, aqui não é perfeito, só que poder sair de casa com seus filhos e andar sem ter medo de assalto, não tem preco.

K: Que conselhos você daria a quem quer viver aqui?

Inês: Ser um cidadão do mundo, não comparar os países, respeitar as diferentes culturas que existem por aqui, se dar no sentido de aprender tudo pois assim você faz daqui o seu lar e não a sua casa.


K: A Inês sintetizou muito bem as decisõs e atitudes que nos ajudam a viver bem, em nossa terra original ou em outra terra que escolhemos para viver. 

Wednesday, 31 July 2013

Os dias e o capítulo 7


31 july 2013


Final de semana passado, de 19 a 21 de julho, foi ótimo. Na sexta-feira de tarde tive reunião com minha orientadora, que gostou do que tenho feito e aprovou meus planos para o que está por vir na tese. Agora ela está de férias e vai para Zâmbia, na África, encontrar o filho que  hoje vive e trabalha na Líbia. Ele tem 25 anos e faz um trabalho fascinante junto a órgãos de ajuda internacional. Ele morou antes em Zâmbia e disse para a mãe que lá é muito lindo. Ela vai sonhando em apreciar os pássaros, o que é um hobbie popular na Europa.

Às três da tarde, quando voltei para o escritório esse estava com cara de fim de semana, até com luzes apagadas. Hanadi, minha colega árabe que sempre fica até mais tarde no escritório tinha ido embora. Ela me disse que não tá aguentando ficar muito tempo esse dias porque está fazendo o Ramadan, o mês sagrado para os muçulmanos e quando eles vivem um jejum obrigatório durante todo o mês, sem comida ou bebida desde a hora em que o nasce até a hora em que o sol vai embora. Ai eu também fui embora mais cedo.

Na noite de sexta-feira fomos jantar no restaurante italiano Scoozi, em Oxford street, aqui mesmo em southampton. Comemos calzone e uma entrada boa danada. Depois do jantar fomos ao White Tavern, um pub ali na rua. Aqui um jantar, ou uma noite, nunca termina no restaurante original. Inglês adora esticar mais um pouco bem ali em outro pub. A noite já estava mais fria. Nesses últimos dias a temperatura baixou um pouco, a chuva voltou, o sol ficou mais tímido; e assim o verão inglês se nos apresenta em sua forma mais conhecida.

Oxford street é uma rua muito charmosa. Em dois quarteirões se concentram restaurantes: indiano, italiano, pizzaria, inglês, espanhol, mexicano, e o brasileiro ‘casa brasil’, além de pubs e uma brasserie. A rua ferve de gente nas noites e no verão as calçadas são ocupadas com mesas de pessoas aproveitando a brisa [rara] da noite. Oxford street fica a apenas mais uma rua do porto, de onde saiu o navio Titanic. Lá tambem tem o pub ‘the grapes’. A lenda diz que seis membros da tripulação foram para ‘the grapes’, entre eles três irmãos, antes de embarcarem na fatídica e única viagem do Titanic. E aí que os seis se esqueceram do tempo e perderam o navio. E assim o pub, que era um dos favoritos entre tripulantes e viajantes, ficou famoso por dar boa sorte a seus frequentadores.

No domingo, dia 21, fomos ao churrasco de aniversário do Matheus. Que delícia de encontro e conversa com Steve, cumade Eliane, Lucas, Matheus e Denis. Entre as delícias tinha farofa, feijão com jeito brasileiro e salada, além de uma variedade de carnes. O Denis, amigo do Lucas, é de Teresina e mora em Londres.


No domingo de noite fomos ao ótimo show do Simone Felice, no Railway, in Winchester. Foi o terceiro show dele que eu vi. 

Começamos uma nova semana e aqui sigo eu, com o capítulo 7. De vez em quando eu sinto uma alergia. É como sinto quando não consigo nem tocar no meu texto. É cíclico: trabalho, leio, escrevo, reviso, imprimo uma versão desenvolvida do capítulo. E aí me vem essa exaustão, que me faz sentir duplamente cansada. Não aguento. É como se eu não pudesse ter muitos dias a fio com produção brilhante. Depois de uns dias inspirados sempre me vem assim esses dias nulos, ou quase nulos.

Quando trabalho faço coisas muito legais nas sessões do capítulo. Quando o dia é zero, como hoje, não sai nada. Hoje apenas me doi o pescoco, doi muito. Vontade de ir pra casa e dormir, mas sei que mesmo em casa não vou conseguir descansar e aliviar essa tensão. Talvez até durma, porque tô me sentindo exausta, mas qualquer uma ou duas horas de sono vão estragar minha noite. Parece um desligamento que vai alem de mim.

Espero que amanhã, sendo outro dia, me traga possibilidades felizes. Tenho ainda que começar a esboçar a segunda grande parte deste último capitulo de análise dos dados, que se referem à terceira fase empírica da minha pesquisa. To meio blah.

Thursday, 25 July 2013

Cider

25 july 2013


Cidre’, ou ‘Cider’, é uma bebida alcóolica feita de suco de fruta, geralmente de maçã, pêssego ou pera; mas já tomei uma de blackcurrant. A mais popular é a de maçã. O Reino Unido é campeão mundial tanto na produção como no consumo de cider. A Stella Artois tem 4.5% de teor de álcool. Cider é uma bebida popular o ano inteiro.

Está acontecendo aqui um festival de ‘cider’. Já pensou na diversidade que eles tem? O festival acontece no pub The Giddy Bridge. Esse pub faz parte de uma rede de pubs aqui no Reino Unido, chamada Wetherspoon, que vende comida e bebida a preços bastante acessíveis / irresistíveis, com frequentes promoções para café da manhã e para refeições. Aqui em Southampton tem quatro pubs dessa rede, onde já comi várias vezes. Eles servem uma simples e previsível comida de pub, mas eu acho legal.

Para você ter uma idéia do preço da bebida no Giddy Bridge, duas pints [uma pint é um copão de 568.26 ml] de cerveja custam £ 3,58 libras, enquanto que mesmas duas pints de uma cerveja similar custam £ 7,70 libras num pub diferente ali na esquina. Esses pubs são lotadíssimos de noite, mas todo pub que vejo por aqui é sempre bem frequentado mesmo.

Cheers!

Tuesday, 23 July 2013

De volta ao batente

23 july 2013



Saí de Teresina no sábado, dia 20, no vôo de 12h:40 para Fortaleza, de lá fui para o Rio de Janeiro, de onde saí para Londres em torno de meia noite.

Eu já estava me arrumando para sair, quando a titia me ligou, e me falou coisas lindas. Ela disse que estava me ligando para me dar um abraço muito grande porque [sábado] era o dia do amigo e eu sou uma amiga muito especial para ela; uma pessoa que ela admira, ama, e em quem acredita e confia. Pense como esse telefonema aqueceu meu coração judiado. Aí a Manuela, minha irmã de coração, foi me levar no aeroporto com a mamãe. Essa despedida foi difícil, mas segui.

Desembarquei em Fortaleza para passar ali quase quatro horas, quando vem ao meu encontro a surpresa mais maravilhosa: meu primo Júnior foi encontrar comigo no aeroporto. Me sinto abençoada por ter tantas pessoas especiais ao meu redor. Almoçamos e conversamos um bocado. Ele ficou comigo até minha entrada na segurança. Um abraço apertado, ele se foi e eu segui, mais feliz.

No Rio de Janeiro foi legal a espera porque fiquei conversando com um pessoal que veio no mesmo vôo que eu. Eu gosto às vezes de conversar com quem não conheço, pra escutar estórias novas. É olhar para a pessoa e perguntar ‘pra onde você vai?’. Parece que a pessoa tá só esperando essa pergunta para contar um monte de si.
 
E embarcamos na viagem longuíssima de quase 12 horas até Londres. Entrei no avião e falei para um comissário de bordo que tinha viajado com ele para o Brasil 10 dias atrás. Ele olhou pra mim e disse ‘a senhora tava sentada ali do outro lado’. Pronto, imagine aí o bom trato. A viagem foi tranquila, mas dessa vez não consegui ler nada e nem sequer procurar um filme para assistir. Dormi um pouco e o que mais fiz foi acompanhar a viagem pelo mapa para saber onde eu estava. Nada mais.

Descemos em Londres alguns minutos antes do previsto, que era pra 3h20 da tarde. Viemos do aeroporto direto para casa. Como o dia estava lindo e ensolarado Mike tinha planejado um churrasco para a gente no quintal de casa. Tomei um super banho para espantar o cansaco, vesti uma roupa fresquinha e curtimos um churrasco gostoso. Tinha mini burgers, linguiça, salmão, espeto de frango com chorizo espanhol e pimentão, e três tipos diferentes de salada: de batata, de repolho com queijo e cenoura e mais um molhinho [coleslaw], e caesar salad. Estava tudo ótimo, e deliciosamente leve. Ah, a gente come churrasco aqui com pão [comi só um].

Foi maravilhoso ficar sentada ao ar livre depois de praticamente 24 horas dentro de aeroportos e aviões. Entramos quase 8h00 da noite, ainda com luz do dia. Acho que comi um bocadim além da conta; mas sendo churrasco já viu, né. Foi nosso terceiro churrasco nesse verão de dias longos e bonitos. Ficar em casa nesse programa refrescante e à vontade me fez recuperar as energias.

Fui dormir quase meia noite mas consegui ir para a universidade ontem, segunda-feira, de manhã cedo e trabalhar até quase 5h30 da tarde. Fiz um serviço importante no capítulo 7. Meu Deus do Céu, como tem coisa pra fazer ainda. Quisera eu ser mais rápida e mais concentrada. Gosto da minha alma artesanal e desacelerada, mas tem hora em que correr pode ajudar.

Na universidade ganhei um monte de abraços demorados e calorosos de muitos amigos. Chorei litros. Comigo não tem jeito: mencionou a dor, a torneirinha abre.

Às 6h00 da tarde fomos fazer uma caminhada feliz no Riverside Park, um park lindo que tem aqui, às margens do rio Itchen. Mais tarde cumade Eliane passou para pegar uns presentes que a família mandou para ela do Brasil. Soltamos boas gargalhadas.

Querido leitor, a cumade Eliane é de Teresina e hoje mora aqui em Southampton, casada com um inglês. Vou escrever sobre ela em breve. Se voce gostaria de fazer uma pergunta a ela comente aqui que eu transmito sua pergunta a ela e a resposta vem no post sobre.

Saturday, 9 February 2013

o espirituoso Okon

9 feb 2013



O Okon é um amigo da Nigéria, muito engraçado e espirituoso. Cidadão britânico, morou no Reino Unido muitos anos, depois mudou-se para o Japão, onde morou por mais de 10 anos e é casado com uma japonesa. Em 2009, Okon começou o doutorado na Universidade de Southampton, pagando tudo sozinho, sem bolsa de estudo. Veio para ter outras e melhores possibilidades no futuro. Ele tinha feito um mestrado em Linguística Aplicada.
Ele dividiu um apartamento com o Tee, nosso amigo Tailandês. Eles ofereceram um jantar nigeriano e tailandês para mim e Kassandra e Mike em setembro 2011. Outro dia ele me deu feijão nigeriano, muito parecido com o nosso feijão verde. Muito gostoso.
O Okon concluiu sua tese de PhD em agosto do ano passado, a submeteu para os examinadores, e foi em seguida assumir o emprego de professor numa universidade no Qatar. O emprego veio com o título de mestre que ela já tinha. Quando tiver o diploma de doutor em mãos vai melhorar mais ainda. Emprego excelente com salário para fazer uma diferença na vida. Muito merecido! Agora no comecinho de fevereiro foi a defesa da tese, que teve como contexto de estudo o Japão e o tema foi ansiedade no aprendizado de língua estrangeira. Ele diz sempre que o povo japonês é tímido e reservado. Isso tem um reflexo nas interações que são propostas em sala de aula de inglês, por exemplo. A defesa da tese foi tranquila e agora meu amigo é Dr Okon.
A defesa da tese do Okon terminou demorando muito para acontecer, a contragosto dele. Mas é assim, o que não depende só da gente não se define como nem quando a gente deseja. Aliás, mesmo quando depende só de nós nem sempre conseguimos do jeitinho do nosso desejo. Ele tinha me dito há um tempo que estava louco para essa defesa acontecer logo, para ele poder tirar a tese do 'sistema' dele. Eu sei como é isso.
No começo do doutorado o Okon teve problemas sérios de referencial teórico para desenvolver a pesquisa. Esses problemas ficaram claros na apresentação de primeiro ano. Segundo ele, jogou no lixo todo um ano de trabalho, leituras, e muito material já escrito. Ele me disse que perdeu apenas o tempo, mas aprendeu muito e encontrou um foco que seria possível para sua pesquisa e a ele se entregou.
Trabalhou para conseguir dinheiro e se manter. Durante o doutorado ele passou oito meses no Japão, trabalhando de lá e coletando dados para a pesquisa. Eu perguntei como ele conseguiu virar tão completamente um jogo confuso no primeiro ano por um trabalho produtivo e com a perspectiva – incrível – de concluir tudo em tempo record. Ele apontou para as ‘partes’ e disse ‘kalina, isso aqui não tá trabalhando, só isso aqui’, agora apontando para a cabeça. Okon é terrível. Morremos de rir, claro.
Sempre conversamos muito. Por enquanto nos restam emails. Ele é um amigo querido. Antes de ir assumir o emprego no Qatar foi à Nigéria por quatro semanas, ver o maior número possível de familiares. Okon riu muito dizendo que tinha ir lá naquele momento, agosto passado, na condição de estudante, portanto pobre e desobrigado de levar presentes para muita gente, pela última vez.
No funeral do pai dele, há uns três anos, havia trinta e nove irmãos. Do que ele consegue contar, são quarenta e sete, entre irmãos e irmãs. O pai dele foi um homem de vida ocupada, casou-se várias vezes. Quando era criança Okon conviveu, numa casa grande, com cinco ou seis mulheres de seu pai e um tanto de criancas. Em casa era feito o rodízio de roupas e dividida a comida, nem sempre farta. Fí-lo me prometer que vai escrever um livro contando a vida dele, depois que ele contou essa e muitas outras histórias maravilhosas da vida pessoal dele para mim e pro Tee num jantar de despedida dele no restaurante La Margherita, em Southampton. Nós três compartilhamos área de estudo, linguística aplicada e a mesma orientadora. Comida boa, papo excelente com muitas gargalhadas, e uma vista linda do porto.

Wednesday, 12 December 2012

christmas dinner at chewton glen

12 dec 2012


sexta-feira passada, dia 7, fomos para um jantar de natal oferecido pelo trabalho do mike no chewton glen, esse hotel luxuoso e muito caro. o jantar custou £85 [oitenta e cinco libras] per capita. eramos um total de 29 pessoas. a diaria desse hotel varia entre £370.00 - £1,260.00 average nightly rate (media da diaria, em libras).usamos um salao de festas e um dos muitos espacos de restaurante do hotel, alem dos banheiros hehehe. servico impecavel, ambiente sofisticado, confortavel, de muito bom gosto. nota mil para essas partes. o hotel fica a 10 minutos de caminhada para a proxima praia. fica pertinho de new milton.

era uma noite muito fria. fomos e voltamos em taxi contratado pelo trabalho do mike. fomos com dois rapazes. na ida o motorista nao sabia onde ficava o hotel. usou a satnave e levou quase uma hora para chegar la. na volta foi mais tranquilo, mas o taxi era menor e viemos esprimidos por quase 45 minutos. foi engracado.

no frigir dos ovos foram cinco etapas de refeicao. Deus eh mais. e eu com sapato de salto reto. fui na cidade durante a semana procurando uma bota elegante de inverno para usar com meu vestido de festa. achei uma linda, £70, mas pequena. paguei £5,50 a mais para ter um numero maior entregue na universidade no dia seguinte. de nada adiantou. o numero, mesmo maior, nao acolheu meu pe tipo prancha de bodyboard. tive que ir com um sapato fechado que eu ja tinha, mas sem salto. eu nao me importo com os rigores dessas coisas, mas de qualquer maneira me deu alento ver outra mulher com salto reto na festa. muita gente nao aguenta calcar nem um pouco de salto. meu pe esquerdo tem as sequelas de duas viradas sem jeito do passado que provocam dores de vez em quando.

para as entradas no comecinho, para beber champagne, delicioso, registre-se: - salmao com creme cheese, tempura de vegetais, azeitonas, uns negocinhos la bem miudos e gostosos, umas amendoas meio acucaradas. teve tambem aspargos enrolados em presunto, uns palitos de queijo empanados e fritos quentinhos. estava tudo muito bom. nao sei como uma pessoa se ocupa para fazer umas entradas assim tao minusculas. acho que assim a contabilidade deve ser de 35 pecinhas por convidado. ou estou sendo muito gulosa? esse primeiro contato foi otimo, so os cumprimentos iniciais, contatos sociais, e tal e coisa. conversamos um bocado com um rapaz que eh namorado de uma colega de trabalho do mike. ele acabou de entregar a tese de doutorado dele e vai ter o viva ainda agora em dezembro. foi divertido ele dizendo das coisas que o atrapalharam no caminho. qualquer ventinho interfere na producao. pura verdade.

e depois fomos convidados para o salao / restaurante, grande, bacana, com assentos marcados. ficamos numa mesa com mais tres casais. e conversamos sobre varias coisas, incluindo o brasil. 
para o jantar mike e eu predimos os mesmos pratos, que sao vem prontos:
- entrada: five bird and dark liver terrine spiced pear chutney. brioche toast. essa entrada estava diferente, deliciosa e farta.
- prato principal: roast new forest 'wrolstad' bronze turkey. traditional trimmings and roasted vegetables. esse prato nao estava especial, apesar de elegantemente montado.
- sobremesa: chewton glen christmas pudding. brandy butter and brandy sauce. o saber do brandy estava forte demais. ja comi christmas puddings mais especiais.
- e vai em seguida veio mais uma selecao de queijos e cafe e mais e sempre vinho, vinho chileno sensacional.

feliz natal para voce tambem. tim tim.



Tuesday, 4 December 2012

a beautiful start of a new day

4 dec 2012


again, this is an image from the road opposite the main entrance of avenue campus this morning, just two hours ago at 7.25am, 2 degrees celsius. a cold but dark and nice, nice indeed, start for the day. from the colours of the night prolonging their hours through the new day we can picture what winter is like here. very difficult at times, i personally find the harsh cold weather challenging and am not really pleased to have to face the cold. but i love the night-like mornings.

Tuesday, 27 November 2012

the days

27 nov 2012


this is my lunch for today: a sandwich with seeded bread, turkey, ricota, a little bit of camembert, loads of watercress and a sliced salad tomate. for dessert clementine and plum. 

i went again by the bank today. when i was at lattes cafe [at 7.30 this morning] to wait for the bank to open at 9 i was thinking i should write a new post today, but had no clue what to write about or rather have had too much stuff going on in my busy head. oh well, when i took the lunch photo i thought it would be nice to show it here, more or less this is the beginning of it all. for today.

:-)

things were very quick at the bank, with no queue. i really enjoyed going there again and walking back through highfield campus to avenue campus, where i have spent most of my time in the past two months. yes, now i realize my daytime weekday life has been concentrated around this area, which goes until portswood road, with portswood road occupying also some of my nights. i am more like a free bird on weekends.

this week the temperature is going down, they say. it has gone down already, i feel it. but again it felt very nice to take this quite short walk in this sunless morning all wrapped up to protect myself from the cold. i have many things to do today. am writing a chapter about the brazilian context. i will provide an overview of education in brazil, the teaching of english, and teacher professional development there. not sure why but i feel overwhelmed with the massive amount of information i have gathered for this. will need to make practical decisions so that the chapter gets its planned length, no shorter, no longer. 

other than that i can't help but say i have really enjoyed every day here, appreciating the beautiful things the change of the seasons bring. perhaps there is already a sense of missing this place where i have lived for over four years now.