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Thursday 17 October 2013

"Prima il dovere, poi il piacere"

Querido leitor,


Também ando com saudades de você. Não tenho conta das vezes que pensei e pensei e pensei em escrever um post sobre o muito que tem acontecido por aqui. Não consegui. Andei tão ocupada e consumida pelo trabalho e por umas doses poucas, porém especiais, de lazer, que terminei usando o pouco tempo livre para me entregar ao nada, igualmente especial.

Os últimos meses aqui têm sido difíceis. Quinta-feira passada, 10 de Outubro, foi a primeira vez, nesse ano de 2013, que fui sozinha para o centro da cidade e fiz coisas sozinha, livre, com o dia pra mim. Circulei, entrei em lojas, almocei, e até fiz uma aula num curso de pintura em aquarela, onde pintei um prato. Foi tão bom! O efeito relaxante foi maravilhoso. E assim distraí o pensamento e descansei a mente.

Cumpri uma etapa importante na conclusão da tese e só agora diminui minha jornada de quatorze horas por dia, seis dias por semana, trabalhando umas quatro ou cinco horas no domingo. Trabalhava quase 12 horas na universidade, ia pra casa, jantava, e trabalhava mais 1.40 ou duas horas de noite, quando fazia mais leituras e revisões.

Foi quase como se eu não existisse, joguei tudo no trabalho; mas procurei ter alguma medida pra dar atenção também à vida pessoal. Por duas vezes, em semanas diferentes, minhas baterias descarregaram completamente e só consegui sair da cama em torno de 9 horas da manhã. Nesses dias fiquei em casa e cuidei de coisas pessoais que andavam esquecidas, como lavar roupa, ver tv e ignorar o mundo lá fora. Cuidar da vida pessoal, arrumar meu espaço e descansar um pouco são importantes para eu retomar o trabalho mais renovada.

Sempre faço no começo do dia uma lista do que fazer. Nessa lista boto tudo, coisas bem simples e pessoais e também da tese. Ela sempre me ajuda a organizar as ações do dia e a ver que as ‘incontáveis’ coisas que tenho para fazer não são sufocantes e posso, listando e decidindo o que fazer primeiro, dar conta do serviço. Listo de azul e vou marcando de vermelho o que fiz, para ter a sensação boa de ir caminhando. A lista também me ajuda a variar as atividades, porque às vezes fico exausta e sem um pingo de vontade de mexer num capítulo que precisa de revisão, mas posso fazer outra coisa.

Nessas semanas intensas deixei de ir a Londres duas vezes com o Mike e perdi um monte de momentos sociais por aqui, priorizando o trabalho. Ainda assim fui a três festivais de música com o Mike e tive chás e jantares com algumas amigas de vez em quando. É uma ginástica doida de interesse e cansaço físico para fazer tantas coisas. Até a supermercado deixei de ir, pra não perder quase 2 horas do dia. Tô cansada, mas também gostei muito e fiquei acostumada a esse ritmo que provou ser produtivo. Nesse período adorei escrever um artigo para a Revestrés número 10 que está nas bancas em Teresina.

O que tem me ajudado muito a atravessar esses dias intensos tendo sido eu, ao chegar no escritório na universidade, meditar e rezar antes de começar a trabalhar. Aí sinto que minha cabeça fica limpa, leve e preparada para o dia. Outra coisa que faço sempre é estar na cama, durante a semana, antes de meia noite.
Aprecio uma boa noite de sonho e procuro, mesmo trabalhando muito, ter uma medida de equilíbrio, senão desanda tudo.

E nesse ritmo o tempo mudou e o outono tem trazido dias mais curtos e frios, às vezes com chuvas brandas que eu adoro, como foi ontem. A foto do post é da manhã chuvosa de ontem, em Portswood Road, uma rua onde há muitas lojas e por onde passo sempre a caminho da universidade.

Pois é, e assim aconteceu essa minha ausência prolongada do blog, não intencional. Perdoe aí, caro leitor.

A propósito, o que você tem feito? Me conte de você.

Sunday 1 September 2013

Chef Morena: Cuca de maçã

1 September 2013 


Faz dias que penso em fazer essa cuca tão rápida e fácil. Interessante que ela me impulsionou a escrever esse post, que fazia dias dançava no meu peito sem achar forma ou tom, para quebrar o silêncio no blog. Como disse antes, o momento de completar um projeto na cozinha me faz muito bem e me ajuda com a produção acadêmica, às vezes me livrando de um entrave. O PhD tá fervendo e me pressionando e me angustiando como nunca. Os prazos me sufocam e, ao invés de sempre me motivarem a acelerar, às vezes me presenteiam com dias pouco férteis.

Graças a Deus nada pode ser tudo e tenho tido também dias felizes. Visitamos as ruínas de uma abadia e de um castelo, tudo muito antigo e cheio de história; e depois fomos jantar num restaurante mexicano em Port Solent. Colhemos morangos e framboesas nos campos e em seguida caminhamos pela praia e tomamos sorvete em tarde de frio suportável. Fiz uma torta linda e gostosa dessas frutas silvestres. Fui muitas vezes ao pub com amigos para um chá, uma limonada com coca cola ou uma cider e umas tapas e conversa sem fim, porque sem lavar o peito Chico diz que ‘ninguém segura esse rojão’. Fiz umas caminhadas renovadoras no Common Park. E, aproveitando cada sopro de domingos ensolarados, fizemos semana passada nosso sexto churrasco do verão, que acabou oficialmente ontem.

O outono chegou e promote, e cumpre, dias mais frios e mais curtos, para que a gente não esqueça que a vida passa, o tempo passa, tudo passa, as coisas mudam, as flores morrem e caem no outono e no inverno; e florescem de novo, renascendo na brisa da primavera fértil de cores vibrantes e de vida nova, e também de alergias. Isso mesmo, não se pode ter tudo.  

Essa receita é da Carol Alfaro. Segui a receita direitinho nos passos e medidas.

Chef Morena: Cuca de maçã

Ingredientes

Para a massa:
1 copo de farinha de trigo
½ copo de açúcar
½ copo de óleo
1 colher de chá de fermento químico
2 ovos
1 colher de chá de extrato de baunilha

Misture todos esses ingredientes da massa, que fica bem pesada. Espalhe a massa em uma forma pequena [usei uma forma de pão / bolo inglês, retangular], untada. Usei papel manteiga e ainda passei manteiga no papel para a cuca não grudar.

Para a cobertura:
Por cima dessa massa corte sua fruta do dia. Fiz com duas maçãs vermelhas, ralei raspas de tangerina, sobre as maçãs pelo sabor crítico e pela cor linda amarelinha e dei uma chuviscada de canela e uns fios de mel [Carol sugere maple syrup]. Por curiosidade deixei metade de uma maçã com a casca. Casquinha campeã.

Carol também sugere a opção de três bananas misturadas com açúcar mascavo, canela e limão. Me aguarde, bananinha querida.

Leve ao forno médio para assar. Delícia ainda morna com um cafezinho fresco em tarde chuvosa e em boa companhia; mas excelente também para a pessoa que está sozinha. Bem saborosa também fria. 

Wednesday 14 August 2013

Londres: João Bosco e banda no Ronnie Scott’s

14 august 2013


Segunda-feira última, 12 de agosto, fomos de novo a Londres, dessa vez para o sensacional show do João Bosco e sua banda. Como segunda-feira é dia de batente, o programa não foi de dia todo.

Saí de casa 15h15 e peguei o trem da nossa estação até o aeroporto aqui da cidade. De lá peguei outro trem para Winchester, uma cidade linda que fica perto daqui, onde encontrei o Mike vindo do trabalho. Pegamos o trem para Londres – Waterloo às 16h48. Fomos direto para Covent Garden, que fica a apenas três estações de metrô de Waterloo.

Chegamos antes do previsto e assim deu tempo passar na Fopp, a loja de CDs, DVDs, e livros. Peguei dois filmes para comprar e passeei com eles pela loja; mas os devolvi às prateleiras, exercitando um controle que tenho procurado ter na aquisição de coisas, muitas, que não preciso. Lembrei que da última vez que passamos na Fopp eu comprei dois filmes: o francês ‘Je ne suis pas la pour etre aime’, ‘not here to be loved’ em inglês, que eu tinha assistido em Teresina, e o americano ‘The autobiography of Miss Jane Pittman’, que ainda não assisti. E lembrei também de outros que comprei de outras vezes que passamos na FOPP.

Fomos então para o Ronnie Scott’s, a cara de jazz mais tradicional de Londres e que existe desde 1959. Jantamos lá um burger, acompanhado de batatas fritas e salada, nada especial com preço de burger especial. Essa é às vezes a matemática do conforto. Tínhamos reservado para jantar lá por conta do tempo que achamos seria apertado entre a chegada em Londres e o show.

No Ronnie Scott’s encontramos cumade Eliane e Steve e Matheus. Conversamos um pouco sobre o show. Mike e eu sentamos numa mesa assim bem de frente ao palco, com ingressos comprados com esse propósito de proximidade. Às 19h15 começou um show da casa com um trio tocando jazz instrumental muito bom. Intervalo.

E chega a hora de João Bosco e sua banda. Que show maravilhoso. Que músicos de primeira grandeza. Que talento nos acordes. Que sintonia e que sincronia entre eles. Foi a primeira vez que eu vi uma cuíca assim olho na cuíca; só conhecia de tv e seu som encantador. João Bosco falou apenas com sua música, e mais não precisava; apenas apresentou a banda duas vezes, com simplicidade e simpatia, e teve aplausos calorosos de uma casa cheia de fãs da melhor música. Ouvi muitas vozes de brasileiros felizes e derretidos de orgulho aqui e ali e acolá pela casa de jazz.

E ouvi vozes de outras línguas também. O casal sentado pertinho de nós era de Barcelona,  conversando entre si em inglês com sotaque espanhol. O pessoal da mesa ao lado era francês.

O show terminou em torno de 23h00. Voltamos rapidão para Waterloo e pegamos o trem de 23:35 para Winchester, de onde dirigimos de volta para casa. Ah, como um show alimenta a alma e me faz experimentar uma sensação especial de leveza. Adoramos o show. Adoramos os músicos, todos eles. Mesmo as várias canções que ele cantou que eu não conhecia me agradaram bastante. Fico sempre muito feliz que pessoas de outras culturas conheçam esse lado musical tão brilhante que o Brasil tem.

Monday 12 August 2013

Ah, o amor. . . a série de tv ‘Dates’

12 august 2013

Jenny e Nick, do episodio 2
Começamos a assistir um seriado de tv, gravado, que passou no canal 4 aqui sobre encontros amorosos, ou namoro, ou interesses outros. São nove episódios, que passaram em junho e julho. Nesse linkpara o channel 4 tem o guia com todos os episódios dessa temporada, com tudo sobre a série, incluindo os perfis de cada personagem inscritos em site de relacionamento.

O criador da série disse em entrevista que teve a idéia a partir de depoimentos dos amigos sobre esses encontros que os mesmos estavam tendo, e que ele achava interessantes. Acho que a série vai mostrar algumas das surpresas mais inacreditaveis que esses encontros podem proporcionar.

Estou encantada com o trabalho excelente da produção e com as interpretações fantásticas dos atores, com a luz, a ambientação, tudo excelente. É a qualidade do cinema na tv de presente para nós. Assistimos os três primeiros episódios ate agora; meus favoritos foram episódios 1 e 2. Vou falar um pouco sobre cada episódio.

Episódio 1: David e Mia
Atores Will Mellor & Oona Chaplin
David é um motorista de caminhão de Yorkshire tendo seu primeiro encontro de internet. Ele é viúvo, tem filhos, e parece ser honesto e simples, o desejado rapaz bom, mas usando gravata e calça jeans. Esse perfil exterior parece à primeira vista decepcionar Mia, que tinha dito chamar-se Celeste. Ele a aborda no balcão do bar no restaurante e ela nega ser Celeste. Mia liga para uma amiga e comenta que não dá para encarar o rapaz usando aquela roupa. Adoro as sutilezas na formação da personagem David. Ele é aquele homem simples e muito atraente. David tá engomadinho, preparado para o encontro, mas Mia tambem está vestida seguindo o que acredita ser apropriado para a empreitada. Mesmo depois de tê-lo dispensado, ela decide ir sentar-se com ele à mesa e ali fica, apesar de ele dizer tchau e dar uma despachada nela; mas na verdade ele tá fascinado com a beleza dela.

Episódio 2: Jenny e Nick
Atores Neil Maskell & Sheridan Smith
Jenny é uma professora primária aparentemente carente [de amor?], tímida e frágil, que foi deixada pelo noivo. Ela pega um chuvinha Londrina e chega um pouco atrasada ao encontro. Nick é direto, oferece bebida, insinua, não escuta direito o que Jenny fala nem demonstra interesse em conversa mais profunda ou pessoal. Seu celular toca de vez em quando, e ele vai atender fora do restaurante, deixando Jenny sozinha. Jenny vai ao banheiro, rouba um batom de uma moça que deixa a bolsa na pia enquanto entra no toilete; volta para a mesa e rouba a carteira de documentos e dinheiro do Nick. Ela fica um pedaço ainda meio pequena, segurando sua bolsa, aí passa o batom e se transforma, talvez nas pessoas a quem roubou, e se enche de poderes. Nick volta do telefonema, oferece vinho, ela, numa atitude liberada, rejeita e diz que vai embora, tem que pegar o trem. Nick vai pagar a conta e vê que foi roubado. Fica doido. Humilhando Nick Jenny paga a conta, poderosa, e os dois se despedem fora do restaurant, na entrada do metrô, que ela oferece para pagar pra ele. Ele agradece e diz que vai a pé para casa. Ele tenta chegar perto dela para um beijo de despedida e ela afasta só o rosto para tras, rejeitando o beijo dele. Quando passa o oyster card no leitor do metro Jenny sorri pela troca de seu pobre oyster que tinha 60p de credito para o do Nick, com quase 90 libras de crédito. Oyster card é o cartão do metro que as pessoas alimentam com dinheiro para as viagens.

Episódio 3: Mia e Stephen
Atores Oona Chaplin & Ben Chaplin
Mia volta nesse episódio. Stephen é médico. Ela o reconhece de já ter transado com ele quando era prostituta, ‘whore’ nas palavras dele, acompanhante, ‘escort girl’ nas palavras dela. Ela pergunta na cara, diretão, se ele não a esta reconhecendo,  e lembra que ele pagou a ela 300 libras por sexo. Com isso Stephen quer dar fim ao encontro. Mia insiste dizendo que é um encontro e que eles tem que ficar lá. Ele recebe um chamado do hospital, ela vai junto com ele, e lá acontecem algumas coisas. Depois eles saem do hospital e transam numa ruazinha apertada no meio da noite. Não gostei desse episódio.

Tô tentando entender algumas coisas que são apresentadas na série. Tô com a impressão de que as mulheres tem sido mostradas como muito espertas. Quanto aos homens, Nick, do segundo episódio, também não é dos melhores bacanas; e Stephen teve um comportamento nada professional no hospital. Vamos ver no que dá.

Friday 9 August 2013

Livro: Infiel

9 august 2013


Titulo original: Infidel
Autora: Ayaan Hirsi Ali
504 páginas – Companhia das Letras
Tradução: Luiz A. de Araújo
Gênero: Biografias, diários, memórias e correspondências.

Li esse livro já faz algum tempo, indicado por uma amiga, porque me interesso por [auto]biografias e em especial a da Ayaan me pareceu fascinante, imaginando a jornada de uma muçulmana natural de Mogadishu, Somalia, que chegou a ser eleita para o Parlamento na Holanda. A autora é hoje conhecida mundialmente por sua luta pelos direitos da mulher na sociedade muçulmana e sua oposição ao fundamentalimo islâmico. Hoje encontrei minhas anotações sobre a leitura e aqui as compartilho.

O livro é sobre a vida da Ayaan. Ela conta fatos desde a infância em vários países, de pobreza, ausência do pai, obediência religiosa, maus tratos, até as mudanças que lhe proporcionaram uma vida inimaginável para uma garota de sua origem. A autora relata histórias interessantes da vida de garota levada e vítima de costumes cruéis, como o da circuncisão a que ela e a irmã são submetidas.

Achei interessante ela decidir romper com a obediência a seu sistema cultural e religioso quando está a caminho de encontrar o marido, de um casamento arranjado, no Canadá. Ao invés de cumprir o destino planejado para ela pelo pai, decide ficar na Holanda.

Na Holanda, aos poucos Ayaan desperta para a vida. Nem sempre fácil, nem sempre florida, mas uma vida de descobertas e de libertação, principalmente de si mesma. As leituras, os trabalhos e os contatos que tem a levam à política e também à amizade com o cineasta Theo Van Gogh, com quem idealiza o filme “Submission”, sobre mulheres e o Islamismo. Infelizmente o filme provoca a perseguição e o assassinato do cineasta, bem como desencadeia ameaças de morte à própria Ayaan, que a partir de então precisa de seguranças e até muda de país em busca de paz.

Ayaan fala também de sua relação com a família, uma relação difícil, de sofrimento, desentendimentos com o pai por questões religiosas / ideológicas, e de preocupação com a mãe. É muito tocante como ela fala da irmã, de sua tristeza pelo que acontece à mesma e de como se sente incompetente para ajudá-la.
A leitura é pesada, mas eu gostei muito, da narrativa e da Ayaan. Não consigo apontar pontos fracos no livro, mas gostaria de ter visto umas ilustrações em mapa mostrando a trajetória dela.

O mais impressionante é a historia de vida dela. Acho o livro interessante e fico grata e feliz pela coragem dela de relatar tudo, escrevendo com tanta clareza. Vejo esse desprendimento de botar as verdades na mesa, expor inquietudes, como um gesto de bondade e de muita coragem. Esse livro não é apenas uma autobiografia precoce de uma autora ainda muito jovem; ele é também didático acerca da situação política, social, e religiosa nos lugares por onde Ayaan passa. Hoje ela vive nos Estados Unidos.
Outro dia a ouvi, fazendo uma síntese de sua jornada numa palestra:

“If I must place my faith somewhere I choose to place it on reason. And thank God I have the freedom to choose” (Ayaan).  
“Se eu tiver que apontar onde está minha fé digo que ela está na razão. E, graças a Deus, tenho a liberdade de escolha” (Ayaan).

Recomendo a leitura desse livro para qualquer um interessado numa leitura bacana, do mundo real, atual e tão crua que às vezes parece surreal. Acho interessante para as mulheres; para as pessoas que pensam e falam sobre religião / fé; enfim, para os que têm curiosidade sobre os temas: islamismo, mulher, África, Europa, vida, política, e [auto]biografia.

Wednesday 7 August 2013

six plus thirty

7 august 2013


. . . and eating at Sara's Thai cuisine and having another sip at Trago Lounge on Friday 2 Aug and visiting the beautiful little town of Alresford and the Jane Austen's house museum in Chawton and having a special lamb roast with roast potatoes cooked by them on Saturday 3 Aug and going grocery shopping then picking strawberries and raspberries on a farm near Christchurch and afterwards going for a walk and an ice cream at Avon beach, Mudeford, and coming back home to their fourth barbecue of the summer and wrapping up the night listening to Diana Krall's amazing jazz they celebrated six plus 30 months or three years together . . .


. . . e jantando no restaurante tailandês Sara's e tomando mais um drinque no Trago Lounge na sexta-feira 2 de agosto e indo visitar a linda cidade de Alresford e a casa museum da Jane Austen em Chawton e jantando um assado de carneiro especial com batatas douradas feitos por eles no sábado 3 de agosto e indo ao supermercado e depois colhendo morangos e framboesas nos campos perto de Christchurch e em seguida fazendo uma caminhada na praia e tomando sorvete em Avon Beach, Mudeford, e voltando para casa para preparar o quarto churrasco do verão e mais tarde fechar a noite curtindo o sensational jazz da Diana Krall eles comemoraram seis mais trinta meses ou três anos juntos . . .

Monday 5 August 2013

A inspiradora Maria Inês

5 august 2013


Semana passada encontrei minha amiga Inês e foi ótimo o programa com ela e as criancas, Júlia, de 7 anos e Melissa, de 5 anos. Fomos a uma cidade aqui perto, Fareham, comprar umas coisas de cama, lençol luva e tals. Adorei a escolha dela pra gente ir nessa loja ótima chamada Dunelm.

Foi uma saída para atualizar os assuntos, o que nunca é suficiente. Fazia muito, muito tempo que eu não tinha uma quebra assim tão legal e tão diferente no meu dia. Depois das compras fomos almoçar no TGI’s Friday de Fareham. Incrível ver que mesmo numa cidade tão pequena tem um restaurante que vai enchendo na hora do almoço, e esse não é dos mais baratos. Como o dia estava ensolarado tinha várias mesas do lado de fora, com pessoas que escolhem fazer uma refeição / ficar muito tempo com o sol bem no coco mesmo, para curtir cada sopro do astro rei. Nós optamos pela sombra e ficamos dentro do restaurante.

Juntando minha idéia com a sugestão do primo Ciro, agora escrevo mais especificamente sobre a Inês, deixando que ela nos conte um pouco de sua vida:

Conheci a Inês antes mesmo de chegar em Southampton. Em minhas pesquisas sobre a cidade descobri um blog em que ela escrevia sobre a vida aqui, a contactei e nos conhecemos logo que cheguei. Ela é uma pessoa bacana e que me deu bastante apoio na minha chegada. Inês sabe de tudo, de tudo. Ela sabe onde fica qualquer coisa que você precise comprar ou um lugar que queria visitar; dirige muito bem e é boa de localização.

Ela veio morar aqui em Southampton em 03/08/2003 porque casou com um inglês, que conheceu na internet. Antes tinha morado em Londres em 2000 por um ano. Inês ficou casada com o Paul por 7 anos, e com ele teve as meninas Júlia e Melissa, que estão na escola. Desde a primeira vez em que fui na casa da Inês, e as criancas era bem miúdas, fiquei impressionada como ela mantém a casa limpíssima e organizada. Hehehe é muita mão de obra, principalmente com duas crianças para cuidar. Inês tem um senso de organização e de planejamento incríveis. É uma inspiração para mim.

- bate papo com a Inês:

Kalina: O que acha de Southampton? UK/Reino Unido?

Inês: Eu amo o Reino Unido e também Southampton, digo também pois primeiro amava Londres de paixão que não imaginava morar em outro lugar. Southampton é uma cidade do interior que tem tudo.

K: O que é bom de morar aqui?

Inês: Eu sou do Paraná e morava em São Paulo, aquela cidade maluca, de trânsito infernal, aqui é bem diferente, quer dizer, o trânsito, a muvuca que reclamamos daqui não tem comparação com o que vivia em São Paulo, aqui tem boas escolas, colégios e faculdade e temos qualidade de vida (segurança/educação/saúde).

K: Cite duas ou três coisas / ou viagens bem interessantes / inesquecíveis que você fez morando aqui.

Inês: Eu acho que a primeira coisa incrível foi ter minhas filhas e aprender a criar os filhos sem ajuda de família por perto.
A Segunda foi dirigir para diferentes estados sem ter medo de me perder e conhecer lugares diferentes do meu habitat natural.
A terceira foi lutar pelos direitos das minhas filhas e meus, saber que tinha alguém pra me ouvir e ajudar.

K: Como é criar filhos aqui, sem sua mãe ou outros familiares por perto?  [Paul já não tinha mãe quando Inês casou com ele, mas Inês teve um casal vizinho que sempre fez as vezes de pais dela, dando muito apoio].

Inês: Sim eu tenho meus pais Ingleses, eles me adotaram como filha e sempre me ajudaram, não foi facil criar minhas filhas sem família por perto, mas como você sabe eu sou guerreira e tenho Deus por perto, quando Deus não estava ao meu lado, ele me carregava.

K: O que não é bom aqui? Se quiser, cite um, dois ou três momentos que você viveu aqui e que foram muito difíceis para você.

Inês: Primeiro, foram os primeiros meses aqui, como morei em Londres, eu não conhecia ninguém em Southampton, passava meus dias pensando na minha familia e se realmente tinha feito a coisa certo.
Segundo, foi fazer parte da comunidade local, então eu procurei lugares onde eu pudesse encontrar pessoas, ajudar pessoas, estudar, trabalhar. Tirei 3 novos diplomas, trabalhei em alguns lugares como voluntária e em todos esses lugares eu aprendi a entender, compreender as pessoas como elas são por aqui, independente da nacionalidade.
Terceiro, foi o Divorcio. Ninguém casa pra separar, só que eu não casei pra viver de aparência, então fechei um livro e comecei outro onde hoje só tem capítulos felizes de uma mãe com duas filhas.

K: Do que sente você falta?

Inês: De dinheiro! (Rs) Adoro viajar, adoraria ver e receber minha família por aqui.

K: No momento você tem vontade de voltar a viver no Brasil um dia?

Inês: Sinceramente NÃO, eu tenho saudades da minha família, adoro passar férias no Brasil, mas a falta de segurança, educação, saúde e a incontrolável corrupção, aqui não é perfeito, só que poder sair de casa com seus filhos e andar sem ter medo de assalto, não tem preco.

K: Que conselhos você daria a quem quer viver aqui?

Inês: Ser um cidadão do mundo, não comparar os países, respeitar as diferentes culturas que existem por aqui, se dar no sentido de aprender tudo pois assim você faz daqui o seu lar e não a sua casa.


K: A Inês sintetizou muito bem as decisõs e atitudes que nos ajudam a viver bem, em nossa terra original ou em outra terra que escolhemos para viver. 

Wednesday 31 July 2013

Os dias e o capítulo 7


31 july 2013


Final de semana passado, de 19 a 21 de julho, foi ótimo. Na sexta-feira de tarde tive reunião com minha orientadora, que gostou do que tenho feito e aprovou meus planos para o que está por vir na tese. Agora ela está de férias e vai para Zâmbia, na África, encontrar o filho que  hoje vive e trabalha na Líbia. Ele tem 25 anos e faz um trabalho fascinante junto a órgãos de ajuda internacional. Ele morou antes em Zâmbia e disse para a mãe que lá é muito lindo. Ela vai sonhando em apreciar os pássaros, o que é um hobbie popular na Europa.

Às três da tarde, quando voltei para o escritório esse estava com cara de fim de semana, até com luzes apagadas. Hanadi, minha colega árabe que sempre fica até mais tarde no escritório tinha ido embora. Ela me disse que não tá aguentando ficar muito tempo esse dias porque está fazendo o Ramadan, o mês sagrado para os muçulmanos e quando eles vivem um jejum obrigatório durante todo o mês, sem comida ou bebida desde a hora em que o nasce até a hora em que o sol vai embora. Ai eu também fui embora mais cedo.

Na noite de sexta-feira fomos jantar no restaurante italiano Scoozi, em Oxford street, aqui mesmo em southampton. Comemos calzone e uma entrada boa danada. Depois do jantar fomos ao White Tavern, um pub ali na rua. Aqui um jantar, ou uma noite, nunca termina no restaurante original. Inglês adora esticar mais um pouco bem ali em outro pub. A noite já estava mais fria. Nesses últimos dias a temperatura baixou um pouco, a chuva voltou, o sol ficou mais tímido; e assim o verão inglês se nos apresenta em sua forma mais conhecida.

Oxford street é uma rua muito charmosa. Em dois quarteirões se concentram restaurantes: indiano, italiano, pizzaria, inglês, espanhol, mexicano, e o brasileiro ‘casa brasil’, além de pubs e uma brasserie. A rua ferve de gente nas noites e no verão as calçadas são ocupadas com mesas de pessoas aproveitando a brisa [rara] da noite. Oxford street fica a apenas mais uma rua do porto, de onde saiu o navio Titanic. Lá tambem tem o pub ‘the grapes’. A lenda diz que seis membros da tripulação foram para ‘the grapes’, entre eles três irmãos, antes de embarcarem na fatídica e única viagem do Titanic. E aí que os seis se esqueceram do tempo e perderam o navio. E assim o pub, que era um dos favoritos entre tripulantes e viajantes, ficou famoso por dar boa sorte a seus frequentadores.

No domingo, dia 21, fomos ao churrasco de aniversário do Matheus. Que delícia de encontro e conversa com Steve, cumade Eliane, Lucas, Matheus e Denis. Entre as delícias tinha farofa, feijão com jeito brasileiro e salada, além de uma variedade de carnes. O Denis, amigo do Lucas, é de Teresina e mora em Londres.


No domingo de noite fomos ao ótimo show do Simone Felice, no Railway, in Winchester. Foi o terceiro show dele que eu vi. 

Começamos uma nova semana e aqui sigo eu, com o capítulo 7. De vez em quando eu sinto uma alergia. É como sinto quando não consigo nem tocar no meu texto. É cíclico: trabalho, leio, escrevo, reviso, imprimo uma versão desenvolvida do capítulo. E aí me vem essa exaustão, que me faz sentir duplamente cansada. Não aguento. É como se eu não pudesse ter muitos dias a fio com produção brilhante. Depois de uns dias inspirados sempre me vem assim esses dias nulos, ou quase nulos.

Quando trabalho faço coisas muito legais nas sessões do capítulo. Quando o dia é zero, como hoje, não sai nada. Hoje apenas me doi o pescoco, doi muito. Vontade de ir pra casa e dormir, mas sei que mesmo em casa não vou conseguir descansar e aliviar essa tensão. Talvez até durma, porque tô me sentindo exausta, mas qualquer uma ou duas horas de sono vão estragar minha noite. Parece um desligamento que vai alem de mim.

Espero que amanhã, sendo outro dia, me traga possibilidades felizes. Tenho ainda que começar a esboçar a segunda grande parte deste último capitulo de análise dos dados, que se referem à terceira fase empírica da minha pesquisa. To meio blah.

Thursday 25 July 2013

Cider

25 july 2013


Cidre’, ou ‘Cider’, é uma bebida alcóolica feita de suco de fruta, geralmente de maçã, pêssego ou pera; mas já tomei uma de blackcurrant. A mais popular é a de maçã. O Reino Unido é campeão mundial tanto na produção como no consumo de cider. A Stella Artois tem 4.5% de teor de álcool. Cider é uma bebida popular o ano inteiro.

Está acontecendo aqui um festival de ‘cider’. Já pensou na diversidade que eles tem? O festival acontece no pub The Giddy Bridge. Esse pub faz parte de uma rede de pubs aqui no Reino Unido, chamada Wetherspoon, que vende comida e bebida a preços bastante acessíveis / irresistíveis, com frequentes promoções para café da manhã e para refeições. Aqui em Southampton tem quatro pubs dessa rede, onde já comi várias vezes. Eles servem uma simples e previsível comida de pub, mas eu acho legal.

Para você ter uma idéia do preço da bebida no Giddy Bridge, duas pints [uma pint é um copão de 568.26 ml] de cerveja custam £ 3,58 libras, enquanto que mesmas duas pints de uma cerveja similar custam £ 7,70 libras num pub diferente ali na esquina. Esses pubs são lotadíssimos de noite, mas todo pub que vejo por aqui é sempre bem frequentado mesmo.

Cheers!

Tuesday 23 July 2013

De volta ao batente

23 july 2013



Saí de Teresina no sábado, dia 20, no vôo de 12h:40 para Fortaleza, de lá fui para o Rio de Janeiro, de onde saí para Londres em torno de meia noite.

Eu já estava me arrumando para sair, quando a titia me ligou, e me falou coisas lindas. Ela disse que estava me ligando para me dar um abraço muito grande porque [sábado] era o dia do amigo e eu sou uma amiga muito especial para ela; uma pessoa que ela admira, ama, e em quem acredita e confia. Pense como esse telefonema aqueceu meu coração judiado. Aí a Manuela, minha irmã de coração, foi me levar no aeroporto com a mamãe. Essa despedida foi difícil, mas segui.

Desembarquei em Fortaleza para passar ali quase quatro horas, quando vem ao meu encontro a surpresa mais maravilhosa: meu primo Júnior foi encontrar comigo no aeroporto. Me sinto abençoada por ter tantas pessoas especiais ao meu redor. Almoçamos e conversamos um bocado. Ele ficou comigo até minha entrada na segurança. Um abraço apertado, ele se foi e eu segui, mais feliz.

No Rio de Janeiro foi legal a espera porque fiquei conversando com um pessoal que veio no mesmo vôo que eu. Eu gosto às vezes de conversar com quem não conheço, pra escutar estórias novas. É olhar para a pessoa e perguntar ‘pra onde você vai?’. Parece que a pessoa tá só esperando essa pergunta para contar um monte de si.
 
E embarcamos na viagem longuíssima de quase 12 horas até Londres. Entrei no avião e falei para um comissário de bordo que tinha viajado com ele para o Brasil 10 dias atrás. Ele olhou pra mim e disse ‘a senhora tava sentada ali do outro lado’. Pronto, imagine aí o bom trato. A viagem foi tranquila, mas dessa vez não consegui ler nada e nem sequer procurar um filme para assistir. Dormi um pouco e o que mais fiz foi acompanhar a viagem pelo mapa para saber onde eu estava. Nada mais.

Descemos em Londres alguns minutos antes do previsto, que era pra 3h20 da tarde. Viemos do aeroporto direto para casa. Como o dia estava lindo e ensolarado Mike tinha planejado um churrasco para a gente no quintal de casa. Tomei um super banho para espantar o cansaco, vesti uma roupa fresquinha e curtimos um churrasco gostoso. Tinha mini burgers, linguiça, salmão, espeto de frango com chorizo espanhol e pimentão, e três tipos diferentes de salada: de batata, de repolho com queijo e cenoura e mais um molhinho [coleslaw], e caesar salad. Estava tudo ótimo, e deliciosamente leve. Ah, a gente come churrasco aqui com pão [comi só um].

Foi maravilhoso ficar sentada ao ar livre depois de praticamente 24 horas dentro de aeroportos e aviões. Entramos quase 8h00 da noite, ainda com luz do dia. Acho que comi um bocadim além da conta; mas sendo churrasco já viu, né. Foi nosso terceiro churrasco nesse verão de dias longos e bonitos. Ficar em casa nesse programa refrescante e à vontade me fez recuperar as energias.

Fui dormir quase meia noite mas consegui ir para a universidade ontem, segunda-feira, de manhã cedo e trabalhar até quase 5h30 da tarde. Fiz um serviço importante no capítulo 7. Meu Deus do Céu, como tem coisa pra fazer ainda. Quisera eu ser mais rápida e mais concentrada. Gosto da minha alma artesanal e desacelerada, mas tem hora em que correr pode ajudar.

Na universidade ganhei um monte de abraços demorados e calorosos de muitos amigos. Chorei litros. Comigo não tem jeito: mencionou a dor, a torneirinha abre.

Às 6h00 da tarde fomos fazer uma caminhada feliz no Riverside Park, um park lindo que tem aqui, às margens do rio Itchen. Mais tarde cumade Eliane passou para pegar uns presentes que a família mandou para ela do Brasil. Soltamos boas gargalhadas.

Querido leitor, a cumade Eliane é de Teresina e hoje mora aqui em Southampton, casada com um inglês. Vou escrever sobre ela em breve. Se voce gostaria de fazer uma pergunta a ela comente aqui que eu transmito sua pergunta a ela e a resposta vem no post sobre.